A Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova realizou duas reuniões técnicas, nos dias 14 e 21 de julho, para tratar da Proposta de Revisão dos Novos Indicadores da Política Estadual de Promoção da Saúde (POEPS) e discutir a Saúde Bucal sob a perspectiva da rede. O primeiro encontro foi destinado aos coordenadores da Atenção Primária à Saúde (APS) e coordenadores ou representantes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF)/equipe multidisciplinar e da Saúde Bucal municipais, a fim de pontuar as principais mudanças da POEPS. Também houve destaque ao Programa Saúde na Escola (PSE), incluindo estratégias de atuação para o retorno às aulas presenciais.

Os cinco indicadores atualmente contidos na POEPS foram mantidos ou reformulados e outros dois foram acrescidos à nova proposta: número de ações de atividades coletivas em atividade física e práticas corporais ofertadas pelo Município; número de atividades coletivas de Educação em Saúde voltadas para a Promoção à Saúde; número de atividades coletivas de gestão intersetorial voltadas para a Promoção à Saúde; percentual de registros de formulários de Marcadores de Consumo Alimentar de crianças menores de 10 anos; percentual de acompanhamento das condicionalidades de saúde do Programa Bolsa Família dos beneficiários com Perfil Saúde; número de ações para implantação das Políticas de Promoção da Equidade em Saúde; e percentual de acompanhamento do estado nutricional da população.

A apresentação, conduzida pelo estagiário da CAS e graduando em Farmácia, William Lopes de Oliveira, esclareceu sobre objetivos, propostas e metas físicas (quando houver), permeando as explicações com exemplos de qualificações e capacitações disponíveis aos profissionais de saúde, que podem auxiliar no cumprimento dos indicadores. Ele também deu ênfase aos indicadores recém incluídos. “Sobre a implantação das políticas de promoção da equidade em saúde, temos que ter como foco a ampliação e a qualificação do acesso à Atenção Primária às seguintes populações: negra, LGBT, dos campos, águas e florestas, em situação de rua, cigana, migrantes, refugiados e apátridas e socioeducativo. Para isso, é preciso promover campanhas de mobilização, ações de educação em saúde e educação popular direcionadas a esses públicos, considerando todas as suas especificidades”, pontuou.

Outro novo indicador que mereceu atenção contempla a realização de atividades coletivas de gestão intersetorial. “Para o cumprimento desse indicador, é preciso promover a gestão compartilhada do cuidado, tanto entre setores diversos da saúde quanto entre áreas como educação, meio ambiente e assistência social, por exemplo. Tudo isso com objetivo de fortalecer o território e, claro, promover a saúde”, reforçou a coordenadora da CAS, Saskia Maria Albuquerque Drumond.

O momento de retomada das aulas presenciais também foi pauta da videoconferência, reforçando a importância do indicador da gestão intersetorial. Segundo William Lopes, é essencial que o planejamento de retorno às atividades educacionais seja realizado de forma articulada com a APS. “Para tanto, é preciso fortalecer as ações de prevenção à Covid-19 nas escolas, priorizando a atuação do Programa Saúde na Escola e do Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal (GTI-M) no contexto da pandemia”, frisou.

A coordenadora da CAS ainda disse que é preciso reforçar e qualificar o GTI-M nesse momento, inclusive com a participação ativa dos profissionais da Saúde Bucal. Sobre a POEPS, enfatizou o fundamental papel da política. “Se enganam aqueles que pensam que a POEPS se trata apenas de indicadores e papéis a preencher. Ela é base da Atenção Primária e a melhor possibilidade de fortalecê-la”, concluiu.

Saúde Bucal

O segundo encontro, ocorrido em 21/7 e voltado à discussão da rede de Saúde Bucal e os serviços ofertados à população, teve como público as referências técnicas da APS, dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e da Atenção Especializada Hospitalar do território. A apresentação foi coordenada pela estagiária da CAS e graduanda em Psicologia, Ana Paula da Silveira Nunes, e contemplou, inicialmente, orientações sobre credenciamento, cadastro e regras de validação de equipes, conforme portaria específica. Na sequência, foi abordado o novo modelo de financiamento da APS – Previne Brasil, com foco nos recursos vinculados ao cumprimento do indicador de Saúde Bucal e à performance das microrregiões de Viçosa e Ponte Nova referente ao primeiro quadrimestre de 2021.

De acordo com Ana Paula, o indicador que mensura a proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado parte do pressuposto de que a saúde bucal deve ser observada como parte importante do cuidado pré-natal. “Doenças bucais podem gerar problemas que podem prejudicar potencialmente a saúde e o desenvolvimento do bebê, até mesmo a indução de um parto prematuro. Por isso, é interessante que a equipe de saúde bucal já esteja presente no primeiro contato pré-natal com a equipe de Saúde da Família, mantendo vagas abertas na agenda para a realização do devido acompanhamento”. Além disso, existe a necessidade de realização dos monitoramentos bimestrais dos serviços, sobretudo dentro do contexto da pandemia, que prevê atendimentos de teleorientação/telemonitoramento e adequação dos protocolos.

Em relação aos CEOs (em Ponte Nova e Viçosa há CEOs Tipo II), pontuou-se a oferta à população, minimamente, dos seguintes serviços: diagnóstico bucal, com ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca, periodontia especializada, cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros, endodontia e atendimento às pessoas com necessidades especiais (PNE). Houve menção ao documento norteador “Diretrizes para Regulação do Acesso aos CEO”, que estabelece critérios de priorização de atendimentos - estratégia que pode contribuir para a redução das filas de espera. Observou, ainda, que é necessário que os centros do território realizem a pactuação do fluxo de referência e contrarreferência para assistência odontológica em Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

Já Saskia Drumond conduziu o momento da Odontologia Hospitalar, com base na Deliberação CIB-SUS/MG Nº 3.443/ 2021, destacando os componentes hospitalares para financiamento: deformidade crânio facial, PNE e bucomaxilofacial. Ela reforçou sobre o cumprimento das metas de execução e, pelo fato de o Hospital Arnaldo Gavazza Filho, de Ponte Nova, ser referência dentro da tipologia I, pressupõe-se como atribuições a implantação de cuidados de higiene oral, assistência odontológica ao PNE sob regime de internação e realização de procedimentos de bucomaxilofacial de média/alta complexidade.

Oncologia

Em tempo: a CAS da SRS Ponte Nova foi parceira da Irmandade do Hospital Nossa Senhora das Dores (IHNSD) e do Munícipio de Ponte Nova na realização do Webiniário da Oncologia: Treinamento da Equipe Médica junto à Atenção Básica, ocorrido em 16/07. Segundo o coordenador do Instituto de Oncologia, o médico oncologista Fábio Reder, a intenção é "diminuir a distância entre os serviços de alta complexidade e o serviço de atenção básica de saúde. Isso resulta em diagnósticos nas fases iniciais da doença, tratamento oncológico mais eficaz e aumento das taxas de cura".

A programação abrangeu as seguintes palestras ministradas por profissionais da instituição hospitalar: “Câncer Colorretal” – Dr. Ranieri Leonardo/coloproctologista; “Câncer de Mama” – Dr. Marcone Geraldo de Abreu/mastologista; “Saúde do Homem” – Dr. Bransildes Terra/urologista; e “Câncer Ginecológico” – Dr. Gabriel Sabido/cirurgião oncológico.

A representante da SRS Ponte Nova, Saskia Drumond, agradeceu aos envolvidos e aos gestores e equipes municipais participantes. “Obter o conhecimento proporcionado aqui constitui um diferencial no momento de realizar um diagnóstico. Que parcerias como esta de hoje sejam sempre possíveis, de forma que consigamos falar de várias outras temáticas da saúde”, finalizou.

 

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Por Tarsis Murad