A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira realizou uma capacitação virtual sobre o Inquérito Sorológico Canino, que faz parte do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Canina e prevê um conjunto de ações de controle voltadas para os reservatórios domésticos (cães), a fim de reduzir as fontes de infecção para o vetor que é o mosquito transmissor da espécie Lutzomyia longipalpis.

Crédito: Marcelo Motta

A capacitação, realizada em 26/2, foi ministrada pelo coordenador de Vigilância Epidemiológica da GRS/Itabira, Marcelo Barbosa Motta, com o principal objetivo de preparar os profissionais dos municípios a realizarem o inquérito sorológico amostral canino, sendo direcionada aos agentes de endemias, referências técnicas municipais e coordenadores de vigilância epidemiológicas das Microrregiões de Saúde de Itabira, João Monlevade e Guanhães.

“Nessa reunião discutimos e explicamos como realizar os cálculos para fazer as estimativas, quantos testes serão utilizados por ano na identificação de cães positivos para leishmaniose visceral, dando suporte para que a vigilância da doença seja feita”, detalhou o coordenador.

De acordo com Marcelo Barbosa Motta, o Inquérito Sorológico Amostral deve ser realizado nos municípios silenciosos e receptivos – onde o mosquito da espécie Lutzomyia longipalpis já foi detectado, mas não tenha sido confirmada a transmissão da leishmaniose visceral humana ou canina, com a finalidade de verificar ausência de enzootia – e em municípios com transmissão moderada e intensa, que permitirá avaliar as taxas de prevalência em cada setor, a fim de identificar as áreas prioritárias a serem trabalhadas.

Crédito: Marcelo Motta

A doença

A leishmaniose visceral ou calazar é uma zoonose crônica, grave, potencialmente fatal ao homem, cuja letalidade pode alcançar 10% quando não ministrado o tratamento adequado. A doença é transmitida tanto aos cães quanto aos humanos por meio da picada de um inseto conhecido popularmente como mosquito palha.

Possui como agente etiológico a Leishmania chagasi, sendo a Lutzomia longipalpis o principal vetor na sua transmissão e o cão (Canis familiares), o principal reservatório natural relacionado com os casos de infecção em seres humanos.

O grande impacto da leishmaniose na saúde pública dá-se devido ao seu caráter endêmico em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil. Por isso a importância de um plano de intervenção para orientar e informar a sobre como prevenir-se da leishmaniose, realizando ações de educação em saúde que visam divulgar a doença para que a população seja mobilizada e sensibilizada sobre os riscos e, assim, ajudar na prevenção e controle.

Por Flávio A. R. Samuel