A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Coordenação de Doenças Transmitidas pelo Aedes, realizou nesta quinta-feira (20/02), no salão do Núcleo Regional de Prevenção e Combate ao Câncer (NUPRECC) de Pedra Azul, uma capacitação para enfrentamento das arboviroses, que teve como objetivos reforçar a importância dos eixos Vigilância Epidemiológica, Assistencial, Controle Vetorial e Mobilização Social; alertar sobre a importância das notificações e da intervenção nos municípios prioritários.

De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Transmitidas pelo Aedes da SES-MG, Carolina Amaral, em 2019 as notificações dos casos suspeitos de dengue foram concentradas nas regiões Norte, Triângulo Mineiro e um pouco do Centro e Sul do estado. Já em 2020, as notificações dos casos têm concentrado nas regiões Leste, Sul e Nordeste do estado. Por isso, a necessidade de reforçar as ações de enfrentamento nessas regiões, visando evitar uma possível epidemia.

A referência técnica de controle vetorial e de arboviroses da SES-MG, Jaqueline Oliveira, apresentou o cenário epidemiológico das arboviroses nos 25 municípios da Regional de Pedra Azul, sendo que 16 deles (64%) notificaram casos prováveis em 2020. Os municípios de Bandeira e Medina apresentam incidência muito alta; Rubim incidência alta; e Palmópolis, Pedra Azul e Rio do Prado registram incidência média. Já a referência técnica em controle vetorial e de arboviroses da SES-MG, Dionísio Pacceli, fez uma apresentação do eixo controle vetorial, explicando as quatro ações de rotina que devem ser realizadas: reconhecimento geográfico (conhecer o território/população), pesquisa entomológica (realização de Levantamento de Índice Rápido (LIRA) e Levantamento de Índice Amostral (LIA)), tratamento focal nos municípios infestados (seis ciclos bimestrais) e não infestados (quatro ciclos trimestrais), e atividades em pontos estratégicos.

21.02 allancampos2

A referência médica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador (NUVEAST) da Regional de Pedra Azul, Olívia Veiga, apresentou o manejo clínico da dengue, explicando quais os sintomas, diagnóstico, sorologia, classificação de risco e tratamento. "É uma doença única, dinâmica e sistêmica, exigindo constante reavaliação e observação, para que as intervenções sejam oportunas e que os óbitos não ocorram.

O manejo adequado dos pacientes depende do reconhecimento precoce dos sinais de alarme, do contínuo acompanhamento, do reestadiamento dos casos e da pronta reposição volêmica. Com isto, torna-se necessária a revisão da história clínica, acompanhada de exame físico completo a cada reavaliação do paciente”, orientou.

A referência técnica em urgências e emergências do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde (NRAS) da Regional de Pedra Azul, Veruska Sousa, abordou a organização do processo de trabalho das portas de entrada para atendimento aos casos de dengue, que devem garantir abordagem diferenciada para pacientes com dengue, zika e chikungunya. “Os serviços de Urgência 24h, UPA 24h, as portas hospitalares e o SAMU 192 devem contar com dispositivos que garantam tempos mínimos de espera, hidratação imediata e vigilância constante pré e pós-atendimento pela equipe assistencial. A passagem de plantão deve ser realizada com descrição do caso da forma mais completa possível, presencial e com registros em prontuário, sendo fundamental que o encaminhamento para outros serviços seja realizado de forma responsável”, recomendou.

Já a enfermeira do Núcleo de Atenção Primária à Saúde (NAPRIS), Daniela Mendes, explicou como deve ser realizado o manejo das arboviroses na atenção primária, o conjunto de ações que devem ser realizadas, como promoção à saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde. “Importante destacar a importância da notificação dos casos suspeitos e confirmados, da realização de visitas domiciliares à população adscrita, realizar busca ativa de novos casos e convocação dos faltosos, desenvolver ações educativas e de mobilização da comunidade relativas ao controle das doenças/agravos em sua área de abrangência e prestar atenção contínua, articulada com os demais níveis de atenção, visando o cuidado longitudinal”, propôs.

Por Allan Campos

Enviar para impressão