Nessa quinta-feira (17/9), a equipe da Diretoria de Saúde Mental Álcool e Outras Drogas (DSMAD) da Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu webinário com o tema: Ações Educativas Para o Cuidado em Saúde Mental. Foram convidados para o evento profissionais da rede de Atenção Psicossocial de 18 municípios e também referências técnicas das Unidades Regionais de Saúde (URS) de Divinópolis, Governador Valadares, Ituiutaba, Leopoldina, Ponte Nova, Ubá e Unaí. Aproximadamente 60 profissionais da rede de Atenção Psicossocial estiveram no encontro.

A coordenadora da DSMAD da SES-MG, Magda Diniz, pontuou, no início do encontro, os objetivos do seminário com as referências em Saúde Mental. “O objetivo desse encontro é contribuir para a qualificação da atuação dos trabalhadores das redes de atenção psicossocial que apresentarem maiores dificuldades, principalmente diante do cenário de um crescente número de internações compulsórias. Visando realizar ações formativas e educativas para os trabalhadores dessa rede de atenção à Saúde Mental, onde temos maiores índices de solicitações de internações compulsórias de pacientes”, concluiu.

A psicóloga, Janaína Dornas, pontuou a importância do cuidado em liberdade dos pacientes nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e também o delicado tema das internações compulsórias no âmbito da Saúde Mental. “As internações compulsórias não podem ser um instrumento no tratamento dos pacientes no âmbito da Saúde Mental. A internação compulsória não pode ser banalizada. Só pode ser requisitada por lei. A lógica de controle social higienista, que pressupõe o isolamento das pessoas que possuem algum sofrimento mental ficou no passado. Nós precisamos priorizar o atendimento humanizado nos CAPS’s, dentro da perspectiva antimanicomial”, afirmou.

Para a referência técnica em Saúde Mental da Regional de Saúde de Unaí, Elivania Xavier, as discussões propostas durante a capacitação são de extrema importância para as equipes de Saúde Mental, em seus territórios. “As equipes atuantes na promoção da Saúde Mental têm que compreender seu papel de cuidadores dos usuários e serem instigadas a potencializar os direitos deles. As internações compulsórias, por exemplo, são estratégicas jurídicas e visam a penalização. Quando uma pessoa com sofrimento mental é internada de maneira compulsória, isso cerceia direitos e promove a segregação do indivíduo. A política nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e as leis de base em Saúde Mental buscam o cuidado em liberdade como sendo primordial para o acolhimento dos usuários”, considerou.

Entenda a luta antimanicomial

O movimento de luta antimanicomial consiste em um diálogo de conscientização com as instituições legais e com os cidadãos ao elaborar o discurso de que os portadores de transtornos mentais não representam ameaça ou risco ao círculo social. Ao contrário, esse seria um grande componente para a recuperação. Por outro lado, seria necessário uma reeducação no modo de compreender os transtornos mentais, não como um estigma, mas um modo alternativo de ver e estar no mundo. O respeito e a conscientização são armas necessárias para reformular o modo como os pacientes são tratados, dentro e fora de instituições.

Municípios convidados para o webnário

Campina Verde, Cataguases, Dores do Indaiá, Ervália, Formoso, Governador Valadares, Itaguara, Luz, Muriaé, Paracatu, Pedra do Anta, Ponte Nova, Porto Firme, Raul Soares, São Miguel do Anta, Ubá, Viçosa e Visconde do Rio Branco.

Por Antônio Maria Ferreira