A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe já está em vigor e cerca de 3,8 milhões de doses da vacina já foram distribuídas aos postos de saúde de todo o estado. Ainda que a campanha ocorra todos os anos, uma série de mitos e informações falsas sobre a vacina e também sobre a doença é difundida, o que pode provocar confusão em parte da população sobre quais são as reais medidas de prevenção e tratamento.

Um dos mitos mais comuns é o de que a vacina contra a gripe transmite a doença. Contudo, a coordenadora de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Josianne Dias, explica que a informação é falsa. “A vacina contra a gripe é fragmentada e inativada, sendo totalmente segura e incapaz de provocar a doença. As pessoas que ficam gripadas após tomarem a vacina provavelmente adquiriram outras doenças respiratórias ou já tinham o vírus e a vacina não teve tempo suficiente para fazer seu efeito, pois a detecção de anticorpos protetores se dá entre 2 a 3 semanas após a vacinação. A vacina contra a gripe, portanto, não transmite gripe e cumpre seu papel de diminuir consideravelmente o número de complicações, internações e óbitos por influenza”, afirma.

Créditos: Marcus Ferreira

Outra informação incorreta é a de que a vacina pode fazer mal para gestantes. Pelo contrário, a vacinação contra o vírus influenza em gestantes é uma estratégia eficaz de proteção para a mãe e para o lactente. Além de proteger a mãe, a vacinação durante a gestação reduz o impacto da doença em bebês e o risco de hospitalização, que é muito elevado nos primeiros meses de vida. “As gestantes fazem parte do grupo elegível da campanha de vacinação e não só podem, como devem comparecer aos postos de saúde e se vacinarem. É importante ressaltar que as grávidas têm maior risco de desenvolver formas graves de doenças respiratórias e, por isso, ter altas taxas de mortalidade”, explica Josianne Dias.

Mais uma questão que costuma gerar dúvidas na população é a necessidade de se tomar a vacina contra a gripe todos os anos. Quem tomou a vacina no ano passado deve se vacinar novamente em 2019, afinal, a proteção conferida pela vacinação é de aproximadamente um ano, motivo pelo qual é feita anualmente. Além disso, a constante mudança do vírus influenza requer uma frequente reformulação da vacina.

Dúvidas sobre a doença

Questões relacionadas à gripe também costumam gerar informações desencontradas entre a população. Uma delas é a de que tratamentos caseiros, entre eles a ingestão de chás, mel, limão e outros alimentos curam a gripe. Nesse caso, é importante frisar que nenhum tratamento feito em casa, sem o acompanhamento dos serviços de saúde, terá a mesma ação de medicamentos antivirais disponíveis atualmente para tratar a gripe. Portanto, em caso de sintomas, é fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo.

Confira abaixo outras dúvidas comuns sobre a doença.

A gripe pode matar?

Verdade. Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e inclusive a morte, principalmente nos grupos de alto risco, como crianças menores de cinco anos de idade, gestantes, adultos com 60 anos ou mais, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais.

Lavar as mãos com frequência ajuda na proteção contra a gripe?

Verdade. Além disso, existem outras ações simples que colaboram na prevenção da doença. Entre elas está manter as vias respiratórias bem hidratadas para evitar a entrada de vírus e bactérias, evitar locais com aglomerações de pessoas e pouca circulação de ar, manter as janelas dos ônibus sempre abertas, jogar lenços de papel no lixo, usar a parte interna do braço ao tossir ou espirrar, evitar compartilhar alimentos e objetos de uso pessoal. No caso de crianças menores de seis meses, que ainda não receberam todas as vacinas, é importante não deixá-las expostas a locais com aglomerações, como shoppings e ônibus.

Gripe e resfriado são a mesma coisa?

Falso. O resfriado também é uma doença respiratória e é frequentemente confundido com a gripe. O resfriado, entretanto, é causado por vírus diferentes dos da gripe e, por isso, em caso de sintomas como febre alta, mal estar, dor muscular e de garganta e coriza, é fundamental procurar o serviço de saúde mais próximo para que profissionais possam avaliar o caso e prescrever o tratamento mais adequado.

Clique aqui e confira outras informações sobre a Campanha de Vacinação.

Por Jéssica Gomes