O Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova participou, entre os dias 4 e 8 de outubro, do “Curso de Biologia e Taxonomia de Carrapatos e Outros Vetores Ápteros”. A capacitação foi promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Referência Nacional em Vetores das Riquetsioses, Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

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O evento contou com a presença de técnicos das Regionais de Saúde prioritárias para a ocorrência de febre maculosa, além de representantes dos estados de Santa Catarina e Paraná. Segundo a médica veterinária e Referência técnica da SRS de Ponte Nova, Graziele Dias,“o curso vai permitir uma vigilância da rickettsia em vetores e no ambiente, bem como alertar os municípios para o potencial risco de casos humanos, melhorando a vigilância em saúde no território”. A região de Ponte Nova apresenta, historicamente, casos de febre maculosa. Conforme dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), de 2015 a 2020 foram contabilizados 12 registros em sua área de abrangência, sendo que sete deles evoluíram para óbito – uma taxa de letalidade de 58,3%.

Graziele Dias também reforçou sobre a necessidade de sensibilização da Rede para o risco de febre maculosa, através da detecção precoce da circulação de rickettsia. “É uma forma de alertarmos a assistência, pois estamos numa área com transmissão do patógeno. A doença apresenta alta letalidade,mas, se a suspeita clínica for precoce, ou seja, se a clínica fizer o vínculo epidemiológico em tempo oportuno, é possível realizar um tratamento bem-sucedido.Detectar a circulação no carrapato pode reduzir, e muito,os casos humanos e, consequente, os óbitos decorrentes da doença”, pontuou.

Por Tarsis Murad