A Regional de Saúde de Varginha promoveu, na última quarta-feira (20/02), uma reunião técnica de alinhamento sobre Vigilância da Infecção Latente por Tuberculose (ILTB) entre pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHIV). Participaram da reunião referências técnicas municipais e profissionais do Serviço de Assistência Especializada em HIV/Aids (SAE) e Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Durante a reunião, Monique Borsato, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, enfatizou que, como sempre, está à disposição dos municípios enquanto Regional para que bons resultados sejam adquiridos no que se refere à saúde pública. Em seguida, Patrícia Fátima Bento Ribeiro, referência técnica do Programa de Controle da Tuberculose da Regional de Saúde falou sobre o principal objetivo do encontro, que é articular novas ações para o controle da ILTB.

Créditos: Mariana Ribeiro

A infecção latente ocorre quando uma pessoa se encontra infectada pelo M. tuberculosis sem manifestação da doença ativa. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), um quarto da população mundial está infectada, ou seja, 25 a cada 100 pessoas. O tratamento da infecção latente, quando iniciado de forma adequada, diminui em 90% o risco de adoecimento, sendo disponibilizado em dois esquemas - isoniazida e rifampicina - ambos preconizados conforme de Manual de Recomendações para Controle da Tuberculose no Brasil, de 2018.

Patrícia Bento abordou, ainda, a estratégia mundial pelo Fim da Tuberculose, lançada em 2014 pela OMS e o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como problema de saúde pública, publicado pelo Ministério da Saúde em 2017. As metas deste último documento, a serem alcançadas até 2035, são a redução do coeficiente de incidência para menos de dez casos por 100 mil habitantes e reduzir em 95% o número de óbitos por tuberculose, e ainda, sobre os pilares da Vigilância da ILTB e seus objetivos.

Após explanar todos os assuntos, Patrícia Bento reforçou a ideia central do encontro deixando como desafio às referências, a formulação e o envio de um plano com ações estratégicas para a Implantação da Vigilância da Infecção Latente por Tuberculose entre as PVHIV atendidas nos serviços de referência. Este plano deverá abordar pontos como fortalecimento da busca ativa de pacientes com suspeita de tuberculose ativa e tratamento oportuno, identificação de casos com indicação para tratamento para ILTB, logística para exames, solicitação e dispensação de medicações, bem como a notificação e registro adequado dos casos. “Essas ações são de extrema importância para a criação de novos alinhamentos que possam melhorar a identificação precoce de pacientes com ILTB e início oportuno de tratamento a fim de prevenir o adoecimento por Tuberculose nesta população”, afirmou Patrícia.

Lilian Valladão, referência técnica do Programa de IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais (SRS), frisou sobre a importância de que sejam propostos planos viáveis para execução, tanto referente a questões relacionadas à gestão, planejamento e processos de trabalho. “A participação de todos é essencial para superarmos os desafios relacionados à vigilância da ILTB nas PVHIV, sendo assim, estamos à disposição enquanto Regional para auxiliar no que for preciso”, explica.

Por Mariana Ribeiro