A Regional de Saúde de Governador Valadares, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVIGE), promoveu nesta segunda-feira (26/11), em seu auditório central, uma oficina sobre sífilis nas tipologias congênita, em gestante ou adquirida. Foram convidados os coordenadores de Vigilância Epidemiológica dos 41 municípios da área de circunscrição da Regional.
A referência técnica em sífilis da Regional Governador Valadares, Luiz Patrício Neto, destacou o objetivo do evento. "Já que tivemos uma aumento elevado de casos sífilis aqui na nossa Região, como aliás está acontecendo em todo o país, resolvemos alinhar junto aos municípios os processos de tratamento para, de alguma forma, reduzirmos o número de casos da doença. Outro item discutido, foi o da implantação do Comitê Regional de Investigação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)", informou.
Já a coordenadora de Vigilância em Saúde e Epidemiologia do muncípio de Mendes Pimentel, Marcelle Verusca Rodrigues, ressaltou a situação naquele daquele município quanto a sífilis "Nós últimos 4 anos não tivemos nenhum caso notificado da doença em nossa cidade e estamos monitorando de perto situação utilizando os dados dos testes rápidos que vieram, há cerca de um ano, para Mendes Pimentel, facilitando muito o diagnóstico. Já realizamos cerca de 150 testes e todos deram negativo".
A coordenadora ainda elogiou a mobilização da Regional de Saúde, salientando que ela deve também ser replicada a outras áreas de atuação. "A reunião foi muito proveitosa e informativa. Eu até sugeri que ela deve ser replicada para as equipes municipais da Atenção Primária, que são a ponta do sistema”, finalizou.
A Doença e as Notificações
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima 12 milhões de novos casos de sífilis no mundo a cada ano. Desse número, 11 milhões, ou seja, mais de 90% dos casos estão na América Latina, Caribe, África Subsaariana, Sul e Sudeste da Ásia, regiões que correspondem às áreas mais pobres do planeta. Quanto à situação da doença no mundo, a sífilis congênita é responsável por 29% de óbitos perinatais, 11% de óbitos neonatais e 26% de natimortos.
No Brasil, segundo dados da OMS sobre infecções de transmissão sexual na população sexualmente ativa, a cada ano, surgem 937.000 novos casos de sífilis. A prevalência na gestante é de 2,6%, o que corresponde a quase 50 mil gestantes com sífilis, dos quais 12 mil casos são de sífilis congênita por ano. A taxa de incidência de sífilis congênita é de cerca de 4 casos por 1000 nascidos vivos. A OMS considera que a sífilis congênita é eliminada quando a ocorrência é de 0,5 casos por 1000 nascidos vivos.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, a sífilis é predominante no sexo masculino, com 60,1% dos casos, enquanto no sexo feminino registrou-se o percentual de 39,9%, no período de 2010 a 2016. Já a sífilis adquirida, em Minas Gerais, predomina no sexo masculino com 69,4% casos notificados, 30,5% casos foram registrados em pessoas do sexo feminino, no período de 2010 a 2016.
Segundo dados do Sistema Nacional de Agravos e Notificação (Sinan), de 2010 até o início de 2018, foram registrados um total de 31.525 casos notificados de Sífilis em todo o Estado.