Em uma nova turma cerca de 50 profissionais de saúde participaram neste sábado, 13/07, do curso compreendendo para agir: Todos pela prevenção do suicídio. As psicólogas do Hospital João XXIII, local em que ocorreu o evento, Luciana Santos e Luciene Lopes explicaram aos participantes que falar sobre o suicídio é muito mais um fator de prevenção do que de risco. Elas também destacaram que o apoio da família, de amigos, relacionamentos significativos, a integração social e o acesso a serviços e cuidados de saúde mental também são fatores de proteção.

A médica da família e comunidade da prefeitura de Belo Horizonte, Juliana Dias Pereira dos Santos, compareceu ao evento buscando aprender e melhorar o tipo de abordagem neste tipo de situação que, segundo ela, é bastante comum nos centros de saúde. “No trabalho diariamente recebemos tanto o paciente em risco de suicídio quanto os familiares de um paciente que cometeu o ato. Mesmo na graduação recebemos muito pouco desta formação, de como realmente agir nesta situação e esta foi uma boa oportunidade, pois todas as informações são passadas com muita segurança, conhecimento e experiência pelas psicólogas do João XXIII”, disse.

De acordo com a psicóloga do hospital João XXIII, Luciana Santos, a capacitação também tem o objetivo de alertar os profissionais a terem um melhor cuidado com os pacientes. “Nosso principal objetivo com a capacitação dos profissionais é cuidar melhor dos usuários que estão em comportamento suicida e também de ajudar estes profissionais a terem ferramentas para fazerem uma atuação e prevenir o suicídio em todos os seus âmbitos, na atenção primária, no serviço social e no nosso dia a dia”, afirmou.

Créditos: Alessandra Maximiano

O evento foi realizado pelos setores de Educação Permanente e Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde de Belo Horizonte em parceria com o Hospital João XXIII.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também disponibiliza um manual de prevenção do suicídio para profissionais da atenção primária. O material esta disponível em: https://www.who.int/mental_health/prevention/suicide/en/suicideprev_phc_port.pdf

Diante de uma pessoa com risco de suicídio o que se DEVE fazer:

• Encontre um momento apropriado e um lugar calmo para falar sobre suicídio com essa pessoa. Deixe-a saber que você está lá para ouvir, ouça-a com a mente aberta e ofereça seu apoio.

• Incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais de serviços de saúde, de saúde mental, de emergência ou apoio em algum serviço público. Ofereça-se para acompanhá-la a um atendimento.

• Se você acha que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixe sozinha. Procure ajuda de profissionais de serviços de saúde, de emergência e entre em contato com alguém de confiança, indicado pela própria pessoa.

• Se a pessoa com quem você está preocupado(a) vive com você, assegure-se de que ele(a) não tenha acesso a meios para provocar a própria morte (por exemplo, pesticidas, armas de fogo ou medicamentos) em casa.

• Fique em contato para acompanhar como a pessoa está passando e o que está fazendo.

Diante de uma pessoa com risco de suicídio o que NÃO se deve fazer:

• Condenar/ julgar:

“Isso é covardia.” “É loucura.” “É fraqueza.”

• Banalizar:

“É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não me matei.”

• Opinar:

“Você quer chamar a atenção.” “Te falta Deus.” “Isso é falta de vergonha na cara.”

• Dar sermão:

“Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente.”

• Falar simplesmente frases de incentivo vazias:

“Levanta a cabeça, deixa disso.” “Pense positivo.” “A vida é boa.”

Onde buscar ajuda?

Serviços de Saúde: CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros).

de Saúde).

Emergência: Emergência SAMU 192, UPA, Pronto Socorro e Hospitais.

Centro de Valorização da Vida (CVV): atendimento gratuito às pessoas que querem conversar, sob total sigilo por telefone (188), e-mail, chat e Skype 24 horas, para todo o país. Saiba mais em: https://www.cvv.org.br/

Por Alessandra Maximiano