A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou nesta semana a realização de visitas técnicas nos municípios do Norte de Minas que estão apresentando maior número de notificações de dengue, febre chikungunya e zika vírus. O trabalho começou segunda-feira (22/04), em Bocaiúva e, nas próximas semanas tem previsão de ser implementado em outros 16 municípios. O objetivo é evitar que uma epidemia de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti cause óbitos na região. 

As visitas técnicas organizadas pela Regional de Saúde de Montes Claros contam com a participação de referências técnicas dos núcleos de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador (Nuveast), Atenção Primária à Saúde (Napris) e do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde (NRAS). As próximas visitas técnicas acontecerão a partir do dia 2 de maio nos municípios de Coração de Jesus, Claro dos Poções, Glaucilândia e Juramento. Na oportunidade, a SES-MG vai avaliar com os gestores como está a implementação do plano de contingência elaborado pelas secretarias municipais de saúde, visando desenvolver ações de controle das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. 

crédito: Pedro Ricardo

Em Bocaiúva, que neste ano já notificou 460 casos suspeitos de dengue e sete suspeitas de febre chikungunya, a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, destacou a importância do município intensificar o trabalho das equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). “O objetivo é reforçar a notificação diária dos casos suspeitos de arboviroses, o que possibilitará que pacientes tenham o estado de saúde agravado e corram risco de morte”, alertou Agna Menezes durante reuniões com gestores de saúde, enfermeiros de 13 equipes de estratégia de saúde da família, com a médica responsável pelo Programa de Educação Permanente (PEP) do município e com a direção do Hospital Regional Gil Alves. 

A coordenadora do Nuveast salientou a importância da notificação dos casos suspeitos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti por parte das equipes de estratégia de saúde da família, que se constitui a porta de entrada dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS). "Além da notificação ser importante para orientar o trabalho executado pelo serviço de vigilância ambiental do município, a iniciativa viabiliza à Secretaria de Estado da Saúde tomar as providências necessárias para auxiliar a prefeitura a garantir o atendimento das demandas da população, num momento em que estamos dentro de um quadro epidêmico”, concluiu Agna Menezes.

Prioridade

Por sua vez, a coordenadora do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde, Ludmila Gonçalves Barbosa, lembrou que devido ao grande número de pessoas que têm procurado os serviços de saúde com suspeita de terem contraído doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, é fundamental que as unidades de saúde da família de Bocaiúva deem prioridade para o atendimento de pacientes nesta situação; "É grande o risco da pessoa ter o quadro de saúde agravado e evoluir para óbito em curto espaço de tempo”, alerta. 

Nesse contexto, a referência técnica do Núcleo de Atenção Primária à Saúde da SES-MG, Marta Raquel Mendes Vieira, lembrou que numa situação de epidemia, é importante que o trabalho das equipes de saúde da família esteja bem articulado. "Isso assegura o devido atendimento dos pacientes, incluindo hidratação, acompanhamento médico constante e realização de exames”, avalia. 

A secretária municipal de saúde de Bocaiúva, Andréia Andrade Vieira Meira, destacou a importância da articulação de ações entre o município com a SES-MG, a fim de que seja assegurado o atendimento das demandas da população, sobretudo nesta época do ano quando ocorre aumento das notificações de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. A secretária reforçou que já a partir do primeiro semestre deste ano o número de equipes de saúde da família passará de 13 para 17. Além disso, a partir desta semana, uma unidade de saúde, localizada na área central do município, passará a atender pacientes entre 6 e 22 horas, diante do aumento das demandas de pessoas à procura de atendimento médico com suspeita de terem contraído dengue ou outro tipo de arbovirose. 

Além de intensificar a capacitação de agentes de controle de endemias e de profissionais que atuam nos serviços de saúde voltados para o atendimento da população, neste ano a SES-MG já disponibilizou veículos para ajudar vários municípios do Norte de Minas no combate a focos do Aedes aegypty, com utilização de equipamento Ultra Baixo Volume (UBV), mais conhecido como "carro fumacê".

 

Por Pedro Ricardo