A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou nesta quarta-feira, 17/04, encontro com os coordenadores de atenção primária de 53 municípios do Norte de Minas. Entre vários temas discutidos no auditório da Câmara Municipal de Montes Claros, destacou-se a avaliação do desempenho dos municípios no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB); o alinhamento de ações entre os serviços de atenção primária com os profissionais que atuam nas áreas de vigilância epidemiológica e de saúde com vistas ao combate do Aedes aegypti, visando conter o avanço dos casos de dengue, chikungunya e zika, além o fortalecimento da rede de atenção à saúde dos idosos, por meio do encaminhamento de pacientes para o Centro de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, administrado pelo Hospital Universitário Clemente de Faria.

Na abertura do encontro, o coordenador do Núcleo de Atenção Primária à Saúde da Regional de Saúde de Montes Claros, João Alves Pereira, destacou a importância do fortalecimento dos serviços de atenção primária à saúde dos municípios, por meio da integração de ações com os demais serviços disponibilizados para a população. “Pelo fato da atenção primária ser a porta de entrada dos pacientes no sistema de saúde, é importante que a troca de experiências entre os municípios e profissionais de saúde seja fortalecida, a fim de que a assistência da população contemple as mais diversas demandas dentro do que já está disponibilizado no sistema de saúde”, destacou João Alves.

Ao apresentar os resultados obtidos pelos 53 municípios do Norte de Minas que integram a Regional de Saúde de Montes Claros na avaliação do PMAQ-AB, a referência técnica do Núcleo de Atenção Primária, Renata Fiúza Damasceno, destacou que os dados do Ministério da Saúde precisam ser analisados pelos municípios, a fim de que nas próximas avaliações os resultados possam ser melhorados e, com isso, a região tenha condições de aumentar o montante de recursos financeiros a serem investidos na melhoria dos serviços de assistência à população.

Das 400 equipes de Estratégia de Saúde da Família avaliadas no segundo semestre do ano passado pelo Ministério da Saúde, 68,22% obtiveram desempenho classificado como ótimo, muito bom e bom. Por outro lado, com o repasse de orientações para os coordenadores de atenção primária em saúde, a intenção da SES-MG é fazer com que nos próximos ciclos de avaliação os municípios aumentem o volume de recursos repassados pelo Governo Federal. Desde setembro de 2018, o repasse mensal do Ministério da Saúde para os municípios do Norte de Minas teve incremento superior a R$ 2,4 milhões, que são investidos na melhoria do acesso e da qualidade dos serviços prestados pelas unidades de atenção primária à saúde.

Arboviroses

Durante o encontro, a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador, Agna Soares Menezes, destacou a importância dos serviços de atenção primária intensificar a troca de informações com os profissionais de controle de endemias, visando conter a proliferação de focos do mosquito Aedes aegypti, bem como a notificação dos casos suspeitos de dengue, chikungunya e zika. Isso porque, salientou a coordenadora, “estamos num ano epidêmico de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e os serviços de saúde precisam estar atentos para conter ao avanço das arboviroses”.

Agna Menezes salientou que 61% dos municípios do Norte de Minas estão em situação de alerta quanto ao risco de ocorrência de surto de doenças transmitidas pelo Aedes. Nesse contexto, “neste ano a Regional de Saúde de Montes Claros já viabilizou o reforço do combate ao Aedes com a aplicação de inseticidas com uso de veículos nos municípios de Mamonas, Gameleiras, Mato Verde, Juramento, Francisco Sá, Capitão Enéas, Jequitaí, Bocaiúva e Monte Azul. Essas localidades apresentaram alto índice de infestação de Aedes aegypti, bem como elevado número de casos suspeitos de doenças transmitidas pelo mosquito”, frisou a coordenadora.

Mais vida

Os coordenadores de atenção primária do Norte de Minas também foram alertados sobre a importância do fortalecimento da rede de atenção à saúde das pessoas idosas, que tem no Centro Mais Vida da região macro Norte a principal referência no atendimento de pacientes com doenças crônicas não transmissíveis.

A médica geriatra, Luciana Colares Maia, do Centro de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, administrado pelo Hospital Universitário Clemente de Faria destacou que os serviços de atenção primária dos municípios têm trabalho relevante a desempenhar no sentido de garantir o encaminhamento de pacientes para o Centro Mais Vida, levando-se em conta que 20% da população se encontra em situação de “idoso frágil”.

No Centro, sediado em Montes Claros, os pacientes têm assistência médica; realizam exames de média e alta complexidade e recebem orientações de nutricionistas, enfermeiros e assistente social. Após avaliação, os pacientes recebem plano de cuidado que serve de referência da continuidade do trabalho a ser executado pelo serviço de atenção primária do município de origem. Por ano, o Centro atende uma média de 11 mil pacientes.

Por Pedro Ricardo