De 9 a 12 de abril, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai realizar, por meio do Serviço de Doenças Parasitárias (DECD/IOM), o curso Diagnóstico Parasitológico da Leishmaniose Tegumentar. O curso é destinado a técnicos e analistas responsáveis pelo diagnóstico desta doença nos laboratórios da Rede de Diagnóstico da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) em Minas Gerais.

O objetivo do curso é capacitar profissionais para a realização do diagnóstico parasitológico direto da LTA e descentralizar este diagnóstico para áreas endêmicas de Minas Gerais. Foram selecionados nove participantes para cada etapa do curso, que atenderão à demanda das áreas com maior prevalência da LTA no estado.

Job Alves de Souza Filho, pesquisador e referência técnica responsável pelo treinamento, conta que esse curso foi ministrado na Funed pela primeira vez em maio de 2017, para os profissionais dos laboratórios macrorregionais e de alguns municípios com maior número de casos de LTA. “Agora, em 2019, buscando atender a um maior número de profissionais, o curso será ministrado em dois períodos: de 9 a 12 de abril e novamente de 23 a 26 de abril”, detalha.

Créditos: Arquivo/Agência Brasil

O curso será dividido em duas etapas, teórico e prático, abordando aspectos epidemiológicos, coleta, confecção, coloração e leitura de laminas para o diagnóstico da LTA. Job explica que o principal método diagnóstico para a LTA é o exame parasitológico direto. “Contudo, há falta de profissionais capacitados para realizar este exame em Minas Gerais. Neste cenário, o Serviço de Doenças Parasitárias da Funed, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Instituto René Rachou organizou o presente curso, visando ampliar o número de profissionais capacitados e aprimorar o diagnóstico da LTA nas áreas de maior prevalência em MG”, acrescenta.

Importância da capacitação

A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença parasitária causada pelo parasito Leishmania sp. e transmitida pela picada de mosquitos flebotomíneos. A LT é um problema global de saúde pública, endêmica em 88 países, com mais de 400 milhões de pessoas vivendo em área de risco no mundo. Em 2017, foram reportados 17.526 casos no Brasil. Em decorrência do potencial epidêmico que apresenta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) inclui a LT entre as seis doenças infecciosas e parasitárias prioritárias para ações de controle. Nas Américas, essa doença está distribuída desde o sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, sendo conhecida como Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA). As quatro principais formas clínicas da LTA são: leishmaniose cutânea (LC), leishmaniose mucocutânea (LM), leishmaniose cutânea difusa (LCD) e leishmaniose disseminada (LD). A forma mais cutânea causa lesões, principalmente úlceras, em partes expostas do corpo, levando a cicatrizes permanentes. A forma mucosa pode causar destruição parcial ou total das membranas mucosas do nariz, boca e garganta. Já foram registradas 11 espécies dermotrópicas de Leishmania causadoras da doença humana. No Brasil as três espécies principais são: L. (V.) braziliensis, L. (V.) guyanensis e L. (L.) amazonensis.

Por Ascom - Funed