Após o rompimento da barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, uma lama de rejeitos de minério de ferro percorreu toda a extensão do Rio Doce, de aproximadamente 853 quilômetros, chegando até o Espírito Santo.

As consequências do desastre, ocorrido em 5 de novembro de 2015, ainda são avaliadas pelos órgãos públicos, afim de, não só atender às necessidades já manifestadas pela população, mas também de antever as questões sociais que ainda possam trazer transtornos às pessoas que foram direta ou indiretamente atingidas.

Crédito: Marcus Ferreira

Por isso, com o objetivo de reunir profissionais de saúde envolvidos em pesquisas sobre os impactos da contaminação do Rio Doce na saúde da população, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em cooperação técnica com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES), realizou em Belo Horizonte, nesta terça-feira (19/02), uma oficina de mobilização de pesquisadores.

O objetivo da reunião foi promover um encontro entre os profissionais de saúde de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo e, por meio do debate, realizar a construção coletiva de uma agenda comum de pesquisas e estudos sobre a bacia do Rio Doce.

O subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde, Dario Brock Ramalho, destacou a relevância do evento, “que é uma oportunidade de aprendizado para os profissionais de saúde trocarem conhecimentos e alinharem os estudos”. Já o secretário Executivo da Câmara Técnica de Saúde, Kleber Rangel Silva, explica, ainda, que esses estudos serão utilizados para reorientar a atuação dos gestores e para reorganizar os serviços de saúde que são prestados na região.

De acordo com a coordenadora geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde (MS), Daniela Buossi, “a expectativa para esta oficina de mobilização é reunir um coletivo de pesquisadores para se pensar quais são os possíveis contaminantes presentes na água do Rio Doce e como eles chegam aos usuários”.

A integrante do coletivo de saúde de Barra Longa, Mércia Paglioto, explica que a oficina representa um compromisso de se unificar as pesquisas sobre o assunto. “As informações que resultam dessas pesquisas precisam ser ordenadas e coordenadas para que os profissionais de saúde saibam exatamente como proceder com relação ao atendimento adequado aos usuários do SUS que moram na região atingida”, afirma.

Ao longo da oficina, foram apresentadas as notas técnicas sobre os estudos e, posteriormente, os pesquisadores dividiram-se em quatro grupos temáticos para a realização dos trabalhos. Ao final do encontro, as propostas e apontamentos foram validados para o relatório final.

Câmara Técnica de Saúde

Em meio a esse contexto de estudos sobre o Rio Doce, em Minas Gerais, a Câmara Técnica de Saúde cumpre o papel de analisar os próximos encaminhamentos possíveis no âmbito da SES-MG, para o estudo de avaliação de riscos à saúde humana e também para promover o acolhimento das comunidades atingidas, ouvindo, dialogando e esclarecendo dúvidas.

Por Fernanda Rosa