A região ampliada de saúde do Norte de Minas retomou nesta quinta-feira, 14/06, as reuniões do Comitê Gestor das Urgências e Emergências. O encontro, realizado no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, reuniu representantes de instituições prestadoras de serviços hospitalares, do Conselho de Secretários de Saúde de Minas Gerais – (Cosems), gestores municipais e da Regional de Saúde de Montes Claros.

Durante a reunião foi pactuada a reclassificação dos hospitais Funrural, de Manga e Municipal São Vicente de Paulo, do município de Coração de Jesus, para o Nível III, conforme Portaria SES-MG nº 4.448 de 2016, visando a melhoria da estrutura de atendimento das demandas da população das duas regiões de saúde.

A Referência Técnica do Núcleo de Redes da Regional de Saúde de Montes Claros, Cleiton Francis Carnielle, explicou que com a reclassificação os dois hospitais passarão a receber incentivos financeiros antes destinados aos hospitais de Salinas e Francisco Sá, que atualmente fazem jus a recursos federais destinados às Unidades de Pronto Atendimento – (UPAs) recentemente habilitadas.

“Com novos recursos, as regiões de Coração de Jesus e Manga terão condições de ampliar os serviços prestados à população o que, em contrapartida, reduzirá o encaminhamento de pacientes para atendimento em outras cidades do Norte de Minas, principalmente Montes Claros”, observou Cleiton Carnielle.

Durante a reunião, Referências Técnicas do Núcleo de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros – (SMS), que coordena a gestão dos serviços de saúde de alta complexidade na região ampliada de saúde do Norte de Minas, apresentou dados sobre os atendimentos nas portas de entrada dos hospitais de Montes Claros. O médico e coordenador do Núcleo de Regulação da SMS de Montes Claros, Eníus Versiane, ressaltou a importância da união de esforços entre a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG) com o Cosems e gestores municipais, visando o fortalecimento dos serviços de saúde existentes nas regiões de saúde.

“Isso possibilitará que os hospitais das regiões de saúde tenham condições de atender as demandas básicas da população, ficando as instituições de Montes Claros responsáveis apenas pelos casos de urgência e emergência, além de especialidades mais complexas”, salientou Enius Versiani.

Por sua vez, o médico da Central de Regulação de Leitos do Norte de Minas, Antônio José Marinho Cedrin, reforçou a importância da articulação de ações entre a SES-MG e as instituições representantes dos municípios.

“Temos nas mãos a oportunidade de escrevermos uma nova história na melhoria dos serviços de saúde do Norte de Minas. Sabemos onde estão os problemas e, com a união de esforços temos condições de reestruturarmos a rede de urgência e emergência para que ela seja efetivamente resolutiva”, frisou Antônio Cedrin.

A Médica e Diretora de Qualidade da Santa Casa de Montes Claros, Cláudia Diniz, apresentou a situação do pronto socorro do maior hospital do Norte de Minas e ressaltou que a superlotação da unidade de saúde decorre de vários fatores, entre eles a ineficiência dos serviços de atenção primária e a falta de resolutividade dos atendimentos nos hospitais sediados nas regiões de saúde.

Créditos: Pedro Ricardo

A diretora defendeu a necessidade da revisão da rede de urgência e emergência como um todo, visando fazer com que cada instituição cumpra as responsabilidades já assumidas e, para as quais, são destinados incentivos financeiros governamentais.

A coordenadora médica do Serviço Móvel de Urgência do Norte de Minas, Lílian Christianne Brito também defendeu a melhoria dos serviços de saúde nas regiões levando-se em conta a grande extensão territorial. Ela lembrou que “devido à alta demanda de pacientes que se deslocam para Montes Claros o Samu acaba cedendo equipamentos aos hospitais que, por causa da sobrecarga, solicitam apoio para ter condições de realizar os atendimentos”.

A diretora executiva do Samu, Kelly Cristina de Moura Lacerda, observou que, por meio de ações conjuntas, as instituições de saúde e a SES-MG conseguirão encontrar soluções para os problemas existentes.

O Superintendente Regional de saúde, Maquieden Durães Viriato, frisou que a SES-MG está aberta ao diálogo com todas as instituições, seja na revisão de protocolos e fluxos de atendimento nas unidades de saúde, bem como na busca de melhoria dos serviços prestados à população.

O Comitê

O Comitê é um espaço formal de discussão e implantação das correções necessárias a permanente adequação do sistema de atenção à saúde, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelos planos de atenção às urgências regional e estadual. É o Comitê que determina as metas a serem atingidas pela rede através de indicadores de resultados, além de avaliar e propor alterações no plano de operações do sistema de atenção às urgências e emergências. Outra função do Comitê é elaborar as normas e protocolos de atendimento dos componentes pré-hospitalar, hospitalar e pós-hospitalar.

Por Pedro Ricardo