Software utilizado pela Regulação da SES na busca de leitos hospitalares vem garantido mais agilidade para pacientes de todo o estado

 

Mais de 1,2 milhão de solicitações de internações foram atendidas, somente em 2013, através do SUS Fácil em Minas Gerais. O software, que integra os serviços de regulação das macrorregiões de saúde do estado, tem o objetivo de agilizar a troca de informações entre as unidades administrativas e as unidades hospitalares na busca ativa de leitos para pacientes que precisam de internação. O sistema é de fácil acesso, ágil, dinâmico e funciona sete dias por semana, 24 horas por dia.

Crédito: Jerúsia Arruda

 

A primeira central de regulação a utilizar o SUS Fácil foi inaugurada em 2006 no Norte de Minas, na cidade de Montes Claros. Em 2007 outras macrorregiões receberam as centrais e em agosto de 2013 o município de Belo Horizonte passou a utilizar o software, que atualmente é referência nos 853 municípios do estado. “Esse sistema passou a ser um grande pronto-socorro virtual. É uma ferramenta de gestão e de transparência de alocação de recursos públicos em saúde e de fomento e informações para novas políticas públicas”, avalia a médica e Coordenadora de Regulação da Secretaria de Estado de Saúde, Maria Cristina Viegas Cançado.

A regionalização do sistema tem facilitado o atendimento do paciente em unidades mais próximas à sua residência, evitando longos percursos de deslocamento para conseguir atendimento qualificado e desafogando os grandes centros urbanos. “Temos macrorregiões, como a norte, a sul e a sudeste, em que 99% das solicitações ficam na região. Os casos que agora estão sendo direcionados para Belo Horizonte são os de alta complexidade e às vezes de muita alta complexidade porque exige um recurso técnico mais caro e profissionais especialistas naquele tipo de atendimento”, explica a coordenadora.

A médica pontua ainda a mudança no perfil da população nos últimos anos, com aumento nos índices de sobrepeso e maior propensão das pessoas a desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis como a hipertensão e o diabetes, o que tem exigido uma adequações no sistema hospitalar, por vezes com perda de leitos que já não atendem às necessidades de atendimento. “Estamos morrendo de infarto, derrame, câncer. Então esses leitos que tínhamos na década de 60 e que persistem, em sua grande maioria de pequeno e médio porte e em cidades do interior, não servem mais para o tipo de paciente que está surgindo a partir dos anos 2000. Precisamos de um novo leito que demanda uma equipe multidisciplinar e ele é mais caro. Temos hospitais pequenos e vazios, mas que não atendem a nossa demanda”, lamenta

Como funciona o SUS Fácil

Os hospitais solicitantes enviam, através do sistema informatizado, os laudos dos pacientes com informações de diagnóstico e evoluções clínicas. A partir desses dados, os médicos reguladores avaliam cada caso e fazem a busca pelo leito hospitalar mais adequado para cada paciente, visando sempre a unidade com melhor capacidade técnica e profissional para o atendimento e à proximidade com a origem do pedido. “Trabalhamos com protocolos clínicos e operacionais e visamos a equidade do sistema. Os pacientes mais críticos e mais graves tem prioridade máxima. Em alguns casos, quando esgotamos todas as possibilidades de acesso do SUS, o Estado de Minas Gerais também contempla a compra de leitos na rede privada de acordo com notas técnicas internas”, explica a Coordenadora de Regulação da SES, Maria Cristina Viegas Cançado.

Por Giselle Oliveira