Com aulas teóricas e práticas, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou nesta quarta-feira (20/03), em Montes Claros, a realização da primeira capacitação de bioquímicos, técnicos de laboratório e biomédicos atuantes em municípios do Norte de Minas. O encontro, que tem o objetivo de descentralizar o diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar, tem a duração de 16 horas aula e prossegue até quinta-feira (21/03).

O treinamento é direcionado aos profissionais das secretarias de saúde dos municípios que, entre 2001 e 2018, vêm notificando o maior número de casos de leishmaniose tegumentar no Norte de Minas: Coração de Jesus, Grão Mogol, Indaiabira, Janaúba, Salinas, São João do Paraíso, Taiobeiras, Várzea da Palma, Ninheira, São João da Lagoa, Josenópolis, Francisco Sá, Fruta de Leite, Montes Claros, Joaquim Felicio, Berizal, Bocaiúva, Capitão Enéas, Curral de Dentro, Espinosa, Porteirinha, Itacambira, Rio Pardo de Minas, Rubelita, Santo Antônio do Retiro e São João do Pacuí.

Para a referência técnica do laboratório Macro Regional da SES-MG em Montes Claros, Núbia Pereira da Silva, “a capacitação de médicos, bioquímicos, técnicos de laboratório e biomédicos é importante para a agilização dos processos de descentralização do diagnóstico da leishmaniose tegumentar visando fazer com que, nos casos de confirmação da doença, o paciente inicie o tratamento o mais rápido possível e, com isso, reduza as chances de ter sequelas”, salienta.

Créditos: Pedro Ricardo

Até então, os municípios contratavam laboratórios particulares para a realização das análises de amostras de pacientes com suspeita de terem contraído leishmaniose tegumentar. A partir da capacitação o trabalho poderá ser executado pelas próprias secretarias municipais de saúde.

Diagnóstico preciso

Reforçando a importância do trabalho de descentralização do diagnóstico laboratorial, a referência técnica do Centro de Tratamento e Pesquisa em Leishmaniose Tegumentar, sediado em Januária, Alessandro Dias Fernandes, “destaca que quanto mais afinado for implementado o trabalho dos médicos com os profissionais que farão a análise laboratorial nos municípios, melhor será o resultado no sentido de proporcionar assistência mais rápida dos pacientes, por meio da obtenção de maior nível de precisão dos diagnósticos”, disse.

Em complementação, a coordenadora de zoonoses da SES-MG, Andrea Oliveira Dias Temponi, salienta que o Norte de Minas responde por uma média de 8% dos cerca de 1.420 casos de leishmaniose tegumentar notificados anualmente em Minas Gerais. “A estratégia da SES-MG é viabilizar o diagnóstico cada vez mais precoce da leishmaniose tegumentar e, com isso, tornar mais eficiente a assistência médica prestada aos pacientes. Daí a importância da descentralização do diagnóstico laboratorial que até então estava centralizado no Laboratório Macro Regional de Montes Claros”, finalizou.

Por Pedro Ricardo