Nessa terça-feira (19/09), aconteceu na Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG), na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, a palestra “Suicídio na atualidade: precisamos falar sobre isso”. A atividade teve como objetivo refletir sobre o tema, que é considerado uma questão de saúde pública, desde a década de 1990. Ainda esta semana, a palestra será disponibilizada na íntegra nas nossas redes sociais. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a segunda causa de morte entre os indivíduos de 15 a 29 anos no mundo e os dados mostram também que a cada 40 segundos acontece um suicídio ou tentativa de suicídio no mundo. Só em 2012, por exemplo, o número de suicídios foi de 220 por dia.

A psicóloga hospitalar do Hospital João XXIII da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Luciene Oliveira Rocha, conduziu a atividade e destacou que além dos óbitos, “nos indivíduos entre 15 e 44 anos, as tentativas de suicídio são a sexta causa de incapacitação, ou seja, geram sequelas e danos emocionais e físicos no indivíduo e na família”, informou. Luciene ressaltou a importância de um trabalho para tratar essas questões, não só no paciente, como também na família.

Créditos: Marcus Ferreira

Atualmente, a equipe de psicólogos do Hospital João XXIII conta com 18 profissionais, que têm atuação permanente em todos os setores do hospital, 24 horas por dia. “Nossa atuação é em diversas frentes, sendo que essa questão do suicídio é uma delas. Existe um protocolo de atendimento. Realizamos a identificação, avaliação e acompanhamento desse paciente, além de um trabalho para conhecermos sua história pregressa. A família também é parte importante nesse processo, por isso ela também é acolhida e orientada”, esclareceu.

A equipe de psicologia hospitalar também atua junto à equipe multidisciplinar responsável por aquele paciente, além de encaminhá-lo para a rede de saúde mental, e realiza treinamentos com os demais profissionais de saúde acerca da questão do suicídio. A psicóloga ponderou, ainda, sobre a questão ser considerada um tabu pela sociedade. “É preciso falar e conversar sobre esse fenômeno, pois quanto mais se compreender essa questão, mais se consegue tratar e prevenir”.

A também psicóloga do Hospital João XXIII, Luciana Almeida, que também e esteve presente na atividade, comentou que escutar o outro e doar um pouco de seu tempo são atitudes que podem ajudar nesse trabalho de prevenção. “A decisão da pessoa de morrer é consequência de um processo de dor, e na sociedade atual onde os laços estão cada vez mais fragilizados, esse processo se torna mais latente”, disse.

Abaixo, assista o vídeo das psicólogas falando sobre a importância da prevenção ao suicídio:

Trabalho em Rede

Unidades Básicas de Saúde, Centros de Referência de Saúde Mental (Cersam), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Hospitais de Urgência Psquiátrica são importantes para o tratamento do paciente no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme explicou Luciana Almeida. “A prevenção do suicídio deve ser abarcada por toda a rede e ser intersetorial”. Ações nas comunidades, grupos de apoio aos enlutados, cursos para ajudar a identificar indivíduos em risco e ações de prevenções nas escolas também são consideradas muito importantes na prevenção. Para conhecer mais sobre as ações de saúde mental do Estado, clique aqui.

Parceiro

O Centro de Valorização da Vida (CVV) também foi citado pelas palestrantes. O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone (141), email, chat e voip 24 horas todos os dias. Mais informações no site: https://www.cvv.org.br

 Assista ao vídeo da palestra

Por Ricarda Caiafa