A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, entre os dias 08 e 11 de agosto, a Oficina da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil para a formação de facilitadores e tutores locais. O objetivo da estratégia é qualificar os profissionais da atenção primária para implementarem nos municípios o programa e realizar oficinas de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Participaram do evento as Regionais de Saúde do Triângulo Mineiro (UberlândiaUberaba e Ituiutaba), Alto Paranaíba (Patos de Minas Unaí) e Sul de Minas (Varginha), além das Secretarias de Saúde de Uberlândia, Monte Carmelo, Prata, Monte Alegre de Minas, Araguari, Coromandel, Patrocínio e professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

As prevalências de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão aquém das recomendadas segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com a II Pesquisa Nacional de Prevalência de Aleitamento Materno (2008), somente 41% das crianças até seis meses são amamentadas exclusivamente com leite materno durante uma média de 54 dias.

Os dois principais fatores que influenciam esses índices são a baixa escolaridade e o retorno das mães ao mercado de trabalho. 43% das mães que não trabalham fora amamentam seus filhos e, por um outro lado, somente 23% têm condições de manterem o aleitamento materno exclusivo quando voltam a trabalhar.

#AleitamentoMaterno: Tire as suas dúvidas e amamente com saúde e segurança!

Lançada em 2012 pelo Ministério da Saúde, a "Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável no SUS - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil" tem como objetivo reforçar e incentivar a promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável para crianças menores de dois anos. Durante a Oficina, foram apresentados os aspectos socioculturais do aleitamento materno e da alimentação complementar, habilidades de comunicação, promoção a amamentação e uma aula prática de alimentação complementar. 

“Um dos pilares do programa é a educação permanente para qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção básica”, explicou a diretora de Promoção à Saúde, Daniela Souzalima Campos. “Em Minas Gerais, a implantação da Estratégia começou em 2013 com uma série de oficinas para a formação de facilitadores e tutores, que iriam replicar os conteúdos e a metodologia de trabalho. Hoje são mais de três mil tutores formados. O nosso trabalho é permanente e de rotina porque sabemos da rotatividade de profissionais”, reforçou.

Ainda segundo a diretora, a implementação da estratégia exige toda uma mudança dos processos de trabalho nas UBS, na forma de abordagem dos profissionais às mães e gestantes. “São ações permanentes, constantes e de rotina e não restrita a campanhas. Perpassa desde a sala de vacinas à recepção. Aleitamento materno não é só uma responsabilidade da mãe, mas também da família e dos profissionais de saúde”, defendeu a diretora. 

A partir de 2016, com a aprovação da Política Estadual de Promoção à Saúde, iniciou-se o monitoramento dos registros de consumo alimentar das crianças menores de dois anos. O objetivo dessa iniciativa é qualificar a abordagem dos serviços de saúde. Dos três mil registros iniciais, hoje são 63 mil.

Segundo umas das facilitadoras da oficina e referência técnica em Ações de Alimentação e Nutrição da Regional de Saúde de Uberlândia, Patrícia Nishioka, espera-se que essa oficina impacte pelo menos 137 municípios das seis regionais presentes, que correspondem a 3.3 milhões de pessoas. “Um dos encaminhamentos agora é executar o Plano de Ação elaborado durante a oficina para a implementação da Estratégia na Atenção Primária”, explicou. 

A referência técnica dos Programas da Saúde da Mulher da Regional de Saúde de Uberlândia, Tatiane Tavares, mãe de Heitor Fernandes, de 1 ano e 8 meses, relatou que o seu conhecimento foi ampliado por meio de vídeos em sites na internet. “Tanto como mãe quanto como profissional de saúde, achei a oficina rica em conhecimento. Ela abrange tanto a teoria como exercícios práticos que vão desde o aleitamento materno até a alimentação complementar, que é a introdução dos alimentos até os dois anos”, completou. 

Como parte da metodologia ativa, participativa e problematizadora, durante a oficina foi encenada dramatizações de situações reais que os profissionais se deparam em sua rotina. Tiveram também a oportunidade de visitarem quatro Unidades de Saúde e realizaram uma análise crítica reflexiva. Um dos produtos da Oficina foi um Plano de Ação para a implementação da Estratégia.

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Dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos

Impacto na saúde da criança baseada em educação alimentar e nutricional durante o primeiro ano de vida

  • Redução do risco de cárie dental em 48%
  • Redução do risco morbidade respiratória em 41%
  • Redução de uso de medicamentos de 44%
  • Redução do risco de diarreia de 32%
  • Melhora do padrão alimentar (maior consumo de carne e ferro heme, menor consumo de LV)
  • Redução do uso de chupeta em 16%
  • Redução do consumo de alimentos ricos em açúcar (40%) e gordura (50%)
  • Redução do risco de cárie dental em 22% aos 3-4 anos
  • Melhora da qualidade da alimentação (avaliada pelo IAS) aos 3-4 anos
  • Redução do consumo de alimentos de elevada densidade energética aos 3-4 anos
  • Melhora do perfil lipídico (HDL e TG) aos 7-8 anos

Veja aqui as fotos do evento

Por Priscilla Fujiwara