Com a chegada do segundo semestre e intensificação do período de seca na região do semiárido mineiro, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) realizou, nesta quinta-feira (20/07), encontro de alinhamento de informações com referências técnicas em vigilância sanitária e ambiental de 53 municípios do Norte de Minas. Na oportunidade foram repassadas orientações a respeito das ações que os municípios precisam executar voltadas para o monitoramento da qualidade da água distribuída à população, por meio de sistemas alternativos de abastecimento coletivo. As medidas preventivas visam reduzir os riscos de comprometimento da saúde da população.

Crédito: Pedro Ricardo

Um dos focos do encontro dirigido pelo coordenador do Núcleo de Vigilância Sanitária da Regional, Valcir Mendes, com a participação da bióloga e referência técnica em vigilância ambiental, Patrícia Antônio Brito, foi orientar os profissionais de saúde quanto à necessidade de serem intensificadas as ações de inspeção e fiscalização de caminhões pipa, bem como o monitoramento periódico da água fornecida à população. 

Patrícia Brito destacou que a partir deste segundo semestre o Laboratório Macrorregional de Montes Claros passará a fazer análises periódicas de amostras de água encaminhadas pelos municípios. O trabalho será feito por amostragem, de acordo com cronograma semanal a ser estabelecido com as secretarias municipais de saúde, levando-se em conta a grande quantidade de caminhões pipas contratados pelo Exército, Defesa Civil e prefeituras.

Entre janeiro e junho deste ano o Laboratório Macrorregional de Montes Claros realizou 1 mil 431 análises de amostras de água encaminhadas por municípios. As amostras são coletadas em locais de grande fluxo de pessoas, como mercados, asilos, creches, escolas e unidades de saúde, a fim de detectar ou não a contaminação por coliformes e Escherichia coli. Entre vários problemas de saúde que podem ser provocados por vírus, protozoários e helmintos encontrados na água, os coliformes e Escherichia coli podem causar doenças como a gastroenterite e infecção urinária.

Critérios

Além da atuação conjunta dos serviços de vigilância sanitária e ambiental na inspeção dos sistemas alternativos de abastecimento e monitoramento da qualidade da água distribuída à população, Patrícia Brito salientou que cabe aos municípios emitir ou não autorizações para o transporte de água por meio de caminhões pipa. Para isso, entre outros critérios que devem ser observados estão o não credenciamento de veículos que já tenham sido utilizados para transporte de produtos químicos. O caminhão tanque deve ser constituído de material anticorrosivo e antitóxico, além de estar em bom estado de conservação.

Os municípios também não poderão autorizar o transporte de água em carros pipa que tenham perfurações ou ferrugens, para não comprometer a qualidade da água. Os veículos também devem estar providos de locais protegidos, entre elas tampas vedadas, para evitar a contaminação da água. Na parte externa deve estar escrito que o caminhão pipa é utilizado para transporte de água potável, além do nome e telefone do motorista.

Ao monitorar a qualidade da água a ser distribuída à população, os profissionais dos serviços de vigilância sanitária e ambiental dos municípios deverão verificar se cada carga de água transportada contém 0,5 miligramas de cloro residual por litro de água. E, em caso de situações de risco e como medida preventiva, os municípios deverão distribuir hipoclorito de sódio à população para acondicionamento na água.

Já os municípios que recebem água de outras localidades é que são os responsáveis pela inspeção e monitoramento da qualidade da água consumida por sua população.

Por Pedro Ricardo