A Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) realiza nesta terça e quarta-feira, 20 e 21, o Seminário de Infecções Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais, reunindo profissionais de saúde dos 53 municípios que integram a sua área de atuação. O evento está sendo realizado no auditório da Região Integrada de Segurança Pública (Risp), sediada no bairro Ibituruna.

Crédito: Pedro Costa

Por se tratar de tema relevante para a saúde da população e alinhamento de informações entre os profissionais dos municípios, o seminário é aberto à participação de médicos, coordenadores de vigilância epidemiológica e de atenção primária à saúde, bem como a referências técnicas de assistência farmacêutica das secretarias municipais de saúde. Também foram disponibilizadas vagas para profissionais que atuam no Centro de Referência de Doenças Infecciosas (CERDI) dos municípios de Janaúba e Montes Claros.

O Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, vinculado ao Ministério da Saúde salienta que as DSTs são consideradas como um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Em ambos os sexos, tornam o organismo mais vulnerável a outras doenças, inclusive a Aids, além de terem relação com a mortalidade materna e infantil.

Na abertura do seminário a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da SRS, Josianne Gusmão, apresentou dados epidemiológicos sobre as doenças sexualmente transmissíveis no Estado. Em 2016, de 3,6 mil casos notificados de pessoas infectadas pelo vírus HIV em Minas Gerais 60 foram registrados no Norte de Minas. Por outro lado, no ano passado foram notificados na região 91 caos de sífilis e 96 casos de diversos tipos de hepatites virais, com prevalência para a Hepatite C.

A coordenadora salientou que as secretarias municipais de saúde precisam fortalecer a integração de ações entre os serviços de vigilância epidemiológica e os profissionais que atuam na atenção primária à saúde, a fim de que possam notificar os casos de infecções sexualmente transmissíveis e de hepatites virais o mais precocemente possível.

Além de registrar os casos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), os municípios precisam fazer o acompanhamento dos pacientes e encerrar os casos no banco de dados mantido pelo Ministério da Saúde. Isso possibilitará aos governos do Estado e Federal definir políticas públicas voltadas especificamente para a orientação da população e implementação de ações para controle das doenças sexualmente transmissíveis.

Josianne Gusmão observou ainda que, no caso das infecções por HIV a prevalência ocorre em jovens e adultos com idade entre 20 e 49 anos, população esta que não tem o hábito de frequentar as unidades básicas de saúde. “Desta forma, os serviços de saúde dos municípios precisam realizar a busca ativa desse público, tanto no que se refere à implementação de campanhas de conscientização voltadas para a proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis, quanto no sentido de orientá-los com relação à realização de exames para investigação de alguma anormalidade”, frisou a coordenadora.

No Brasil, as estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) de infecções na população sexualmente ativa, a cada ano, são de 937 mil casos de sífilis; mais de 1,5 milhão de notificações de casos de gonorreia; 1,9 milhão de casos de Clamídia; quase 641 mil casos de herpes genital e 685,4 mil notificações de infecções por HPV (Papiloma vírus humano).

Programação

Entre outros temas debatidos no primeiro dia do Seminário a médica pediatra do Centro de Referência em Doenças Infecciosas (CERDI) de Montes Claros, Janer Aparecida Silveira Soares falou sobre o “Diagnóstico, fluxo, conduta da criança exposta ao HIV” e sobre o “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Antiretroviral Pós- Exposição de Risco a Infecção pelo HIV”.

A “Deliberação e Fluxo da Profilaxia Pós-Exposição” foi tema de palestra da enfermeira e referência técnica da Coordenação Estadual do Programa IST/HIV da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Rúbia Mara Veloso Gonçalves. Em seguida o “Diagnóstico, Tratamento e conduta de Hepatites Virais” foi tema abordado por Geraldo Scarabelli Pereira, referência técnica em hepatites virais da Coordenação Estadual da SES-MG. Ele também fez exposição sobre a “Notificação e Sistema de Informação de Hepatites Virais” por parte dos serviços de saúde em todo o Estado.

Nesta quarta-feira, a partir das oito horas, a referência técnica da Coordenação Estadual do Programa IST/HIV e Hepatites Virais da SES-MG, Leide Talane Alcântara falará sobre as notificações e investigação de Infecções Sexualmente Transmissíveis/HIV Aids. Em seguida a médica, Cláudia Biscotto, infectologista do Centro Ambulatorial e Especialidades Tancredo Neves, administrado pelo Hospital Universitário Clemente de Faria, fará apresentação sobre a “História, Diagnóstico e Tratamento de HIV/Aids e da Sífilis”.

A partir das 10h45m haverá debate entre os participantes do Seminário que, em seguida, será encerrado pela assistente social do Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores de Aids (GRAPPA), Célia Rosa de Oliveira e Rodrigues. Ela falará sobre o trabalho implementado pela entidade, contemplando pacientes residentes em vários municípios do Norte de Minas.

Por Pedro Costa