Desde o seu nascimento, o Sistema Único de Saúde (SUS) se propõe a ser integral, universal e igualitário. No entanto, para que o SUS cumpra, de fato, esse papel, é fundamental compreender as peculiaridades que caracterizam os diferentes grupos étnico-culturais que formam a população brasileira. Clique aqui e confira a nossa galeria de fotos.

Norteada por essa diretriz, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) promoveu nesta quarta-feira (07/12), em Belo Horizonte, o I Seminário Estadual de Saúde da População Negra com o objetivo de tratar da especificidade dessa população no âmbito da saúde, e também para discutir a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

Crédito: Marcus Ferreira / SES-MG.

Na abertura do evento, a Subsecretária de Política e Ações em Saúde da SES-MG, Maria Aparecida Turci, destacou que “o Estado precisa atuar para todos, mas também é indispensável que se tenha um olhar especial para aqueles que mais precisam dele”. De acordo com a presidente da Associação de Pessoas com Doença Falciforme e Talassemia de Minas (Dreminas), Maria Zenó da Silva, é fundamental considerar o racismo para que se possa compreender a necessidade de uma política de saúde específica para a população negra.

“O perfil epidemiológico da população negra é marcado por singularidades tanto do ponto de vista da genética, quanto das condições de vida que geram diferenças no processo de adoecimento, cura e morte. Esse perfil é marcado pela mortalidade precoce, discriminação na assistência e pela qualidade dessa assistência”, explica a presidente da Dreminas. Maria Zenó ressaltou ainda que entre as doenças prevalentes entre a população negra estão anemia falciforme, diabetes mellitus, hipertensão arterial e miomas.

De acordo com o representante do Ministério da Saúde, Andrey Roosewelt Chagas, “é necessário ainda pensar estrategicamente formas de estimular o debate relacionado à saúde integral da população negra junto à sociedade civil”.

Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN)

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN), uma resposta do Ministério da Saúde às desigualdades em saúde que acometem esta população, define os princípios, a marca, os objetivos, as diretrizes, as estratégias e as responsabilidades de gestão voltados para a melhoria das condições de saúde desse segmento da população.

Inclui ações de cuidado, atenção, promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra.

 

Por Fernanda Rosa​

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