Com o tema “AIDS: o maior perigo é não saber”, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) lança nesta quinta-feira (01/12) a campanha em referência ao Dia Mundial de Luta contra a AIDS, celebrado no dia 1º de Dezembro.

Com o objetivo de sensibilizar a população em relação à doença, a ação contará com um hotsite informativo (www.saude.mg.gov.br/aids) e a divulgação nas redes sociais de informações sobre cuidados, medidas de prevenção e formas de tratamento da AIDS e das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Além da divulgação da testagem rápida nos serviços de saúde, distribuição de materiais informativos e insumos de prevenção para a população em diversas Unidades de Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

A campanha busca ampliar a conscientização sobre as doenças, chamar a atenção para os tratamentos adequados e formas de prevenção, além de reforçar a importância do diagnóstico precoce. Segundo a coordenadora do Programa de ISTs/Aids e Hepatites Virais da SES-MG, Jordana Costa Lima, apesar dos grandes avanços em relação ao tratamento e qualidade de vida dos portadores do vírus HIV, um dos maiores problemas que envolvem a AIDS continua sendo a falta de diagnóstico precoce.

“Isto porque o vírus causador da infecção possui uma chamada janela imunológica (fase em que o vírus encontra-se indetectável no sangue) e a pessoa poderá transmitir o Vírus mesmo não apresentando sintomas. Quanto mais cedo descoberto, mais rápido será o tratamento. Por isso é tão importante reforçar as informações sobre a doença”.

Doença em Minas

No Estado de Minas Gerais, no período de 2010 a 2015, foram diagnosticados 18.602 casos de HIV/AIDS, que estão distribuídos em 730 municípios. 40% desses casos foram diagnosticados em heterossexuais, 33% em homossexuais e 5% em bissexuais.Mais de 45% dos casos conhecidos estão entre jovens de 20 a 34 anos.Em 2016, no período de janeiro a 28 de novembro, foram diagnosticadas 2.741 pessoas com a doença.

Segundo Jordana, no período de 2010 a 2015, houve um aumento significativo de casos da infecção no público masculino, chegando em 2016, uma média de 3 homens para cada 1 mulher soropositiva. “Ao analisarmos a categoria de exposição observamos um aumento de casos entre homens que fazem sexo com homens (HSH), representando 38% a mais dos casos notificados no ano de 2015”, disse.

A taxa de incidência da AIDS em Minas é de 20,4 pessoas a cada 100 mil habitantes. As regionais de saúde de Belo Horizonte, Uberlândia e Divinópolis estão entre regiões com mais casos da doença. A HIV não apresenta sintomas e o acompanhamento médico desde o início é imprescindível para se garantir qualidade de vida. O diagnóstico precoce é fundamental para interromper a cadeia de transmissão do vírus e também para que o tratamento seja realizado da maneira mais adequada.

Medicamentos

O Brasil é referência internacional no tratamento de HIV/AIDS. Por meio do SUS é disponibilizadoaos soropositivos os antirretrovirais, mensalmente, por meio das Unidades Dispensadora de Medicamentos (UDMs) dos CTA/SAE.Atualmente, Minas Gerais fornecemedicamentos para 27.026 pessoas com a infecção.

Multiplicação do vírus HIV e fortalecer o sistema imunológico. O tratamento contínuo com os remédios reduz a mortalidade e o número de internações e infecções por doenças oportunistas, que atacam o sistema imunológico. Seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem HIV/Aids.

Segundo Jordana Costa Lima, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. “Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas. Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa”.

Prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs)

Além da distribuição gratuita de preservativos pelos Serviços de Atenção Especializada (SAE) e Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), Organizações de Sociedade Civil e outros serviços credenciados, a SES também dá outras recomendações:

  • Realizar teste rápido de HIV/Aids, Sífilis e Hepatite B e C nas Unidades Básicas de Saúde e SAE/CTA no Estado;
  • Fazer uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais;
  • Não compartilhar agulhas e seringas;
  • Usar material esterilizado na aplicação de tatuagens e piercings;
  • Realizar os exames de pré-natal, durante a gestação;
  • Evitar materiais não esterilizados em clínicas odontológicas, nas manicures, barbearias, etc;
  • Evitar o uso abusivo de álcool e outras drogas ilícitas. Elas podem alterar o nível de consciência do indivíduo e a capacidade de tomar decisões sobre a forma de se proteger.

HIV x AIDS

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da AIDS, ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Existem muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas ou desenvolver a doença, mas podem transmitir o vírus a outros por relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação.

Já a AIDS é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico, que é responsável por defender o organismo. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose, hepatites virais, pneumonia e alguns tipos de câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado. 

Para mais informações sobre a HIV/AIDS é só acessar aqui!

Por Jornalismo SES-MG