Neste mês de outubro, o Laboratório Macrorregional de Uberaba passou a realizar o exame de Colinesterase, que permite analisar o nível de toxidade do organismo, através da Enzima Colinesterase Plasmática, responsável por regular impulsos nervosos. A intoxicação por inseticidas degrada essa enzima no sangue e, como consequência, a pessoa pode ter desde náuseas e fraqueza muscular, em uma intoxicação leve, até arritmias, paralisias e convulsões, em um quadro grave.  

Crédito: Sara Braga

A realização do exame faz parte do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional do Ministério da Saúde, e consiste num monitoramento voltado aos Agentes de Controle de Endemias. O objetivo é proteger esses profissionais através do diagnóstico precoce de casos suspeitos de intoxicação. O exame permite também que se verifique a frequência de utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s), que previnem esses incidentes. 

De acordo com Janaína Lacerda, técnica do laboratório, “a descentralização do exame, antes realizado pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), em Belo Horizonte, contribui para a rapidez na entrega dos resultados. O médico do trabalho de cada Secretaria Municipal de Saúde é quem avalia a necessidade de realização do exame, e então encaminha a amostra sanguínea do paciente ao laboratório, que libera o resultado em até 8 dias úteis”, informou Janaína.

O Laboratório Macrorregional, que faz parte da Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública, realiza cerca de 50 mil exames por ano na área de abrangência que compreende as regiões de saúde de Uberaba, Uberlândia, Ituiutaba, Patos de Minas, Unaí e, em alguns casos, o sul de Minas. A população atendida está em torno de 2,8 milhões de pessoas em 88 municípios.  O superintendente regional de saúde de Uberaba, Ivan José da Silva, salienta que “com a nova política do governo do Estado para o fortalecimento dos laboratórios regionais, a prioridade é descentralizar exames importantes para as regiões de saúde, ganhando agilidade na coleta e no resultado, e consequentemente, no início do tratamento dos pacientes”, destacou Ivan.

Além da Colinesterase, também são realizados:

  • Monitoramento de Pacientes Soropositivos, através de Quantificação da Carga Viral e também Contagem de Linfócitos TCD4 e CD8.
  • Entomologia de identificação de vetores de doenças de notificação compulsória como Dengue, Chagas, Malária, Esquistossomose, Leishmaniose (canina e humana) e Febre Amarela. 
  • Monitoramento Microbiológico de Qualidade da Água para Consumo Humano
  • Quantificação de Carga Viral para Hepatites B e C.
  • Teste Rápido e Cultura para Tuberculose.
  • Sorologia para Dengue.

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba, Mirley Azambuja, afirma que “o laboratório é um instrumento de vigilância em saúde no que se refere ao diagnóstico laboratorial de doenças de notificação compulsória. Ter um laboratório macrorregional na região ampliada Triângulo Sul é um agente facilitador para que possamos realizar uma vigilância de qualidade para a população”, aponta Mirley.

Já o responsável técnico pelo laboratório, Jocimar Jerônimo da Silva, acredita que “a população não conhece nosso trabalho, por mais relevante que ele seja. Além de exames, nossa equipe técnica viaja por várias regiões do estado, identificando focos de transmissão de doenças; O trabalho é público, voltado para atendimento e resolução das doenças de notificação compulsória, além de fornecer dados estatísticos para municípios, estado e Ministério da Saúde”, destacou Jocimar.

Por Sara Braga