A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou nesta terça-feira (18/06), a 3ª reunião do Comitê Regional de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal do Norte de Minas. O encontro, realizado no auditório do Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez, em Montes Claros, contou com a participação de representantes de secretarias de saúde de municípios polo, referências técnicas de hospitais e maternidades, médicos e técnicos da Regional de Saúde de Montes Claros representando os núcleos de atenção primária à saúde, regulação, redes de atenção à saúde e vigilância sanitária e do óbito.

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Durante a reunião foi aprovada a inclusão no Comitê de representantes de organizações não governamentais atuantes no Norte de Minas que desenvolvem atividades relacionadas à saúde das mulheres e crianças. “Pelo fato de reunir profissionais de vários segmentos da saúde, o envolvimento de representantes de entidades que desenvolvem ações voltadas à promoção da saúde das mulheres e das crianças se constitui fator que fortalece o trabalho do regional”, ressaltou a presidente do Comitê e de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal e referência técnica do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Mayara Durães Bicalho Oliveira.

Além da discussão de casos notificados no Norte de Minas, a reunião do Comitê contou com a realização de palestra sobre “Cardiopatia na Gestação”, ministrada pelo médico Igor Rocha Barros, atuante na Santa Casa de Montes Claros, Hospital Dílson Godinho e no Serviço Móvel de Urgência (Samu).

Igor Rocha destacou que os problemas cardiológicos verificados em gestantes são ocasionados principalmente pelo diabetes, hipertensão, obesidade, além de gravidez tardia. “Por esse motivo os serviços de atenção primária à saúde devem redobrar esforços no atendimento de gestantes durante o período do pré-natal, com o objetivo de realizar diagnósticos precisos com o objetivo é viabilizar o acompanhamento adequado das mulheres que apresentam médio e alto risco em virtude de problemas cardiológicos”. Isso porque, explicou o médico, “o risco de óbito de uma gestante de alto risco, com problemas cardíacos, aumenta entre 25% a 50%”.

Ainda durante o pré-natal, Igor Barros lembrou que as gestantes com problemas cardiológicos devem ter acesso a medicamentos adequados e que não prejudiquem o feto e que os profissionais de saúde devem verificar a existência ou não de doenças reumáticas, além de fazer a prevenção do tromboembolismo, embolia pulmonar e trombose venosa.

Em casos de gestantes de alto risco, Igor Barros explicou que as consultas de pré-natal devem ser realizadas em intervalos iniciais mensais. Chegando próximo ao final da gravidez, as consultas devem ocorrer em períodos quinzenais, com acompanhamento simultâneo de médicos especialistas em obstetrícia, cardiologia e anestesiologia. “Em alguns casos pode haver necessidade de internação prolongada das pacientes”, concluiu o médico.

Estratégias

Os comitês estadual, regionais e municipais de prevenção à mortalidade materna, infantil e fetal constituem-se em organismos de natureza interinstitucional, multiprofissional, de caráter técnico-científico, sigiloso e educativo. Visam identificar todos os óbitos maternos e infantis e apontar medidas de intervenção para a redução dos casos na sua região de abrangência. Os comitês também se constituem em instrumentos para avaliação das políticas públicas e das ações de assistência à saúde materna e infantil.

As reuniões do Comitê Regional acontecem bimestralmente, quando são feitas análises dos casos de mortalidade materna, infantil ou fetal que porventura ocorram. Ainda durante os encontros, os membros do Comitê definem as recomendações a serem enviadas aos gestores dos municípios, que terão prazo para tomar providencias visando resolver os problemas que forem detectados.

As reuniões da secretaria executiva do Comitê acontecem todas as segundas e terças-feiras de cada mês, com o objetivo de avaliar as demandas dos municípios, preparar as reuniões bimestrais e fazer análise prévia dos óbitos maternos e infantis que forem notificados na região.

Por Pedro Ricardo