A meningite, doença caracterizada por um processo inflamatório nas membranas (meninges) que envolvem o cérebro e a medula espinhal, pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. No caso dos vírus, esses podem ser transmitidos pela saliva ou pelas fezes. Já as bactérias geralmente são transmitidas de pessoa para pessoa pelo contato com a saliva. Quando diagnosticada precocemente, o tratamento é bastante eficaz e tem elevadas chances de cura.

Casos da doença ocorrem ao longo de todo o ano, sendo a meningite bacteriana mais comum no inverno e, as virais, no verão. Além das vacinas contra alguns tipos de meningite, medidas preventivas, como lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou usar produtos para a limpeza das mãos à base de álcool gel podem ajudar a interromper a disseminação de muitos vírus e bactérias causadores da meningite. Evitar compartilhar alimentos, bebidas, pratos, copos e talheres também é uma forma para reforçar a prevenção da doença.

Em 2019, até o momento, foram confirmados 76 casos de meningites e 10 óbitos em Minas Gerais. Esses casos correspondem a todas as etiologias da doença. Especificamente sobre a doença meningocócica, neste ano foram confirmados 4 casos e 2 óbitos. A referência técnica em Meningites da SES-MG, Fernanda Barbosa, reforça ainda que todos os casos suspeitos de meningite devem ser notificados aos serviços de saúde pública, imediatamente, para que as medidas de prevenção e controle sejam efetivadas de forma oportuna. “Para notificar os casos suspeitos de meningite, os profissionais de saúde, serviços e cidadãos deverão entrar em contato com a secretaria municipal de saúde de sua área de abrangência”, explica.

Sintomas

Os sinais e sintomas de meningite podem surgir repentinamente e são caracterizados por febre, dor de cabeça, rigidez ou dor no pescoço, náuseas e vômitos. Mudanças de comportamento como confusão, sonolência e dificuldade para acordar podem também ser sintomas importantes.

No caso de recém-nascidos e lactantes, a doença se manifestar por febre, irritação, cansaço e falta de apetite. Já a forma mais grave da doença, conhecida como meningococcemia, pode ser sinalizada pelo aparecimento de manchas vermelhas ou roxas, pequenas ou grandes, na pele.

Vacinação

O Sistema Único de Saúde (SUS) já oferta no calendário básico de imunização, vacinas que protegem contra vários agentes causadores de meningite. São elas: a vacina BCG (MeningiteTuberculosa), a Tríplice Viral (Meningite por Sarampo e Caxumba), a vacina Pentavalente (meningite por Haemofilos influenzae b em crianças abaixo de 5 anos de idade), a vacina meningocócica C conjugada (Meningite Meningocócica do tipo C) e vacinas pneumocócicas conjugadas 10 valente (Meningite pneumocócica - 10 tipos), e que corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país. Essas vacinas podem ser encontradas nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do estado.

Créditos: Gil Leonardi/Imprensa MG

É preciso lembrar, entretanto, que não existem, até o momento, vacinas eficazes disponíveis contra todos os sorogrupos de meningite meningocócica, nem contra todas as outras centenas de espécies de micro-organismos que também podem causar meningites. Assim, a vigilância constante e as medidas preventivas continuam sendo imprescindíveis ao controle dessas doenças, assim como ao controle de muitas outras.

Em Minas Gerais, a cobertura da Menigocócica C conjugada está em 88,69% entre os menores de 1 ano e 89,92% entre as crianças de 1 ano completo. A meta de cobertura vacinal definida pelo Ministério da Saúde (MS) para essas faixas etárias é de 95%.

Esquema vacinal

De acordo com a referência técnica Fernanda Barbosa, a orientação é que todos aqueles grupos etários do calendário básico de vacinação de rotina se vacinem, atualizando sua situação vacinal. “Para crianças menores de 02 anos, a vacina contra a Meningite Meningocócica C e contra o Pneumococo são ofertadas na rotina em três doses. Para adolescentes entre 11 e 14 anos, a vacina contra a Meningite Meningocócica C é ofertada na rotina como reforço em dose única”, explica.

Por Jornalismo SES