A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, em parceria com o Centro Nacional de Referência em Dermatologia Sanitária e Hanseníase do Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia (CREDESH/HCU-UFU), está promovendo entre os dias 21 a 24 de janeiro, capacitações teóricas e práticas para médicos e enfermeiros da Atenção Básica à Saúde que atuam na região, com o objetivo de ampliar o diagnóstico precoce da hanseníase, fazer o encaminhamento adequado para o tratamento e acompanhar no território o paciente e seus contatos.

A capacitação dos profissionais faz parte das ações do Janeiro Roxo, que tem como objetivo alertar sobre os sinais e sintomas da hanseníase e incentivar o diagnóstico precoce da doença, evitando incapacidades, sequelas e transmissão.

Maria Aparecida Gonçalves, médica do CREDESH/HC-UFU e há 35 anos trabalhando com hanseníase, explicou sobre a doença, dados epidemiológicos, diagnóstico, tratamento, medicamentos e reações adversas e fluxo de encaminhamento. “Não há vacina para a hanseníase, por isso a importância da equipe de Atenção Básica, os Agentes Comunitários de Saúde, trabalhando articulados com os médicos e enfermeiros vão identificar onde estão os casos, para tratar os pacientes”, afirma.

A hanseníase tem cura, e o diagnóstico e tratamento estão disponíveis nas unidades de saúde pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após iniciar o tratamento, o ciclo de transmissão é interrompido, por isso a melhor maneira de prevenir a hanseníase é tratar os casos positivos.

Josiane Arantes, referência técnica em hanseníase da Regional de Uberlândia, destacou a importância do alinhamento dos profissionais da Atenção Básica dos municípios com o Centro de Referência. “O paciente, antes de ser encaminhado para o serviço especializado em Uberlândia, que é o CREDESH, ele é avaliado pelos profissionais da saúde da família. Mesmo sendo atendido pelo Centro, o paciente continua sendo assistido também pela Atenção Básica. Por isso a necessidade do alinhamento das informações para que todos os profissionais da saúde que estão envolvidos no processo garantam a integralidade e continuidade do tratamento ao paciente”, explica.

A capacitação contou com a presença de profissionais que atuam vários anos na saúde pública como também de recém-formados. “Encontros como esses são de grande importância, principalmente para a minha reciclagem e atualização de normas e diretrizes do Ministério da Saúde. Analisar os casos e discuti-los nos faz esclarecer dúvidas e melhorar a assistência ao paciente”, destacou o médico hansenólogo, Péricles Moisés Rodrigues, que atua em Monte Carmelo e Patrocínio.

Entenda a hanseníase

A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, causada por uma bactéria – Micobacterium leprae – e que afeta a pele e os nervos periféricos, em especial os dos olhos, braços, pernas, orelhas e nariz. A doença acomete pessoas nas mais diversas idades, incluindo crianças, independentemente de gênero (masculino ou feminino). A progressão da doença é lenta, e seu período de incubação é prolongado e pode durar anos. A hanseníase tem cura e se tratada precocemente e de forma adequada, pode evitar as incapacidades e as sequelas.

Créditos: Lilian Cunha

A hanseníase inicia-se, em geral, com manchas brancas, vermelhas ou marrons em qualquer parte do corpo, com alteração de sensibilidade à dor, ao tato e ao quente e ao frio. Podem aparecer também áreas dormentes, especialmente nas extremidades, como mãos, pernas, córneas, além de caroços, nódulos e entupimento nasal. Nesses casos, o paciente deve procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

CREDESH

O Centro Nacional de Referência em Dermatologia Sanitária e Hanseníase do Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia (CREDESH/HCU-UFU) é um dos seis centros nacionais de atenção especializada em hanseníase do país. Atende, não só para o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, mas também para pacientes de outras regiões de Minas Gerais e do Brasil.

Possui uma equipe multiprofissional, entre médicos (hansenólogos, dermatologistas, ortopedista, neurologista e outras especialidades), cirurgião dentista, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, técnico ortesista, biólogos, técnico de laboratório, farmacêutico, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes administrativos. A unidade conta ainda com laboratório próprio - Laboratório de Patologia Molecular e Biotecnologia.

Clique aqui e saiba mais sobre a hanseníase.

Por Lilian Cunha

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