Com a chegada das chuvas e aumento das temperaturas, as medidas de prevenção contra a febre amarela se tornam ainda mais importantes, pois, apesar das ações de imunização serem mantidas durante todo o ano, o período de maior probabilidade de ocorrência de casos da doença em Minas acontecem entre os meses de dezembro e maio. Diante disso, para orientar a população, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) reforça a necessidade da população receber a vacina contra a doença e de se manter a vigilância constante nas áreas de maior risco.

Crédito: Gil Leonardi

Desde o início das notificações dos casos suspeitos de febre amarela silvestre que ocorreram no Estado, no final de 2016, foram adotadas diversas ações, entre elas a realização da vacinação casa a casa, nas regiões mais afetadas, na tentativa de atingir a população não vacinada. Essa e outras estratégias, realizadas pelo Estado e municípios, elevaram a cobertura vacinal acumulada geral de 57,5%, no período de 2007 a 2016, para 90,7%, atualmente. Na última temporada de monitoramento da doença, entre 2017 e 2018, foram 527 casos confirmados, sendo que 178 evoluíram para óbito

Mesmo com a cobertura acima de 90%, em Minas Gerais, a coordenadora estadual de Imunização, Eva Lidia Arcoverde Medeiros, reforça a importância da população se vacinar e proteger contra a doença, porque ainda há uma estimativa de 1.836.028 pessoas não vacinadas. “O ideal seria alcançar os 100% deste público, porque a vacina confere uma proteção individual e a vacinação é a maneira mais eficaz e segura de prevenir a Febre Amarela. A vacina é recomendada a todas as pessoas a partir dos 9 meses de idade, principalmente aquelas que moram ou vão viajar para áreas com indícios de febre amarela. Ela está disponível, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), em todas as unidades de saúde, e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. As pessoas que não estiverem com a dose em dia, precisam atualizar o cartão de vacina”, reforçou.

Eficácia da Vacina

Ainda, segundo a Coordenadora, frente aos recentes boatos que circularam nas redes sociais, a vacina continua sendo o meio mais eficaz de prevenção contra a doença. Estudos acumulados ao longo dos anos indicam que a vacina protege de 95% a 98% dos casos, sendo considerada altamente eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus. “A vacina é importante pois a transmissão não é entre seres humanos, como o sarampo ou a gripe, por exemplo, em que a vacina é capaz de garantir uma proteção coletiva. A proteção é individual, de cada um. Por isso é que, no caso da febre amarela, nosso ideal deveria ser atingir uma cobertura de 100% da população. O vetor está presente no nosso ambiente, circulando com o vírus e logo as pessoas, que não tenham se vacinado, estarão expostas”, alertou.

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Cobertura vacinal

Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela em Minas Gerais está em torno de 90,75%. Ainda há uma estimativa de 1.836.028 pessoas não vacinadas, especialmente na faixa-etária de 15 a 59 anos de idade, que também foi a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017. Entre os 853 municípios do Estado, 20,63% (176) deles não alcançaram 80% de cobertura vacinal; outros 37,40% (319) dos municípios têm entre 80% e 94,9% de sua população vacinada; com mais de 95%, estão 41,97% (358) das cidades mineiras. Dos municípios que estão com a média abaixo de 80% estão: Santana do Jacaré (37,9%), Frei Inocêncio (41,5%) e Aiuruoca (43,7%). Todas as regiões do Estado apresentam municípios com cobertura abaixo de 80%, entre elas, destacamos as regiões Sul (55 municípios), Sudeste (20 municípios) e Norte (19 municípios) do Estado.

Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde, respaldada em estudos que asseguram que uma dose é suficiente para a proteção por toda a vida.

Ações de incentivo

Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da SES-MG, Rejane Balmant Letro, a SES-MG tem realizado diversas outras ações para incentivar e aumentar a cobertura vacinal no Estado. “Além da vigilância constante nas áreas de maior risco para a ocorrência da doença, realizamos diversas videoconferências e capacitações sobre coberturas vacinais; repassamos incentivos financeiros complementares de mais de R$ 5 milhões para intensificação da Campanha Nacional de Vacinação; repasses de R$ 60 milhões aos 853 municípios para estruturação de 3.412 salas de vacina que já funcionam em Unidades de Saúde do Estado. Além de uma parceria entre a SES-MG e Secretaria Estadual de Educação (SEE) que fomenta a verificação e atualização da situação vacinal da comunidade escolar, da rede pública e privada. Essa ação já está sendo desempenhada durante todo o ano de 2018, sendo um período durante a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza e outro durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e seguimento contra o Sarampo”, disse.

Febre Amarela

A Febre Amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano. Em áreas de mata, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. 

Outras informações disponíveis em: www.saude.mg.gov.br/febreamarela

Por Jornalismo SES-MG