No próximo domingo, terceiro do mês, dia 18/11, é celebrado o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidente de Trânsito. A data, criada em 1993 por uma organização do Reino Unido, “tem como objetivo conscientizar a população em relação à prevenção aos acidentes de trânsito, bem como reduzir os custos das internações e reabilitação das vítimas dos acidentes de transportes terrestres, além de enfatizar a necessidade de intensificar os esforços para controlar este importante problema de saúde pública e dar apoio às vítimas e seus familiares”, explica a Coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Janaína Passos de Paula.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as violências e os acidentes – sejam ele de natureza acidental ou não, são responsáveis por cerca de 9% da mortalidade global. O perfil do adulto jovem, sexo masculino e residente na área urbana tem a maior proporção dos acidentes de transporte terrestre.

Crédito: Vinícius Marinho / Fiocruz Imagens.

Em Minas Gerais, no período de 2010 a outubro de 2018, 81% dos registros de óbitos por acidentes com transportes terrestres foram do sexo masculino, enquanto que os acidentes envolvendo as mulheres registraram 19%. “Dados de seguradoras de veículos mostram que as mulheres são mais cuidadosas ao volante no que diz respeito aos limites de velocidade e normas de trânsito. Além disso, o uso frequente de aparelhos eletrônicos e a falta de equipamentos de segurança acabam colaborando para a ocorrência dos acidentes”, afirmou Janaína Passos.

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Os jovens entre 20 a 29 anos também ocupam uma significativa parcela da concentração dos óbitos, com cerca de 70% das ocorrências seguida por óbitos nas faixas etárias de 30 a 49 anos, com um percentual de 59,49%.

Os principais fatores de risco são: excesso de velocidade, bebida alcoólica, não uso de capacete e cinto de segurança, falta de infraestrutura na via e, segundamente, os fatores relevantes de risco como visibilidade inadequada, direção sob a influência de drogas e o uso de celulares são apontados como as principais causas de acidentes de trânsito.

“Dessa forma, a SES-MG orienta ações de prevenção para que a ocorrência de tais acidentes diminua. São elas: uso adequados de equipamentos de segurança, redução de velocidade, não utilização de aparelhos eletrônicos durante a direção, melhoria da infraestrutura viária, aprimoramento da legislação, aumento na fiscalização e adoção de um transporte urbano sustentável”, destacou Priscila Vieira Elias, Referência Técnica da Coordenação de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da SES-MG.

Relação entre acidentes e SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) atua na vigilância dos acidentes de transportes terrestres visando analisar dados, transformá-los em informações e subsidiar as políticas públicas de prevenção de tais ocorrências. Além disso, o SUS também é responsável por atuar nas práticas de promoção à saúde. “Temos que destacar também a atuação do SUS nas urgências, como o atendimento do SAMU nos casos de resgate das vítimas graves e dos hospitais de trauma nos casos de pessoas que necessitam de atendimentos nos prontos socorros e ou internações. Além disso, o SUS também participa do processo de reabilitação da vítima, quando necessário”, comenta Janaína Passos.

Gastos com internações

Somente em Minas Gerais, no período entre 2010 a outubro de 2018, o SUS teve um gasto hospitalar por acidentes de trânsito de R$299.662.256,95.

Tendo em vista o panorama descrito acima, tais acidentes configuram um sério problema de saúde pública, com forte impacto na morbidade e na mortalidade da população, principalmente na população masculina. “Considerando que o acidente é entendido como um evento não intencional e evitável, causador de lesões físicas e ou emocionais, assume-se que tais ocorrências são, em maior ou menor grau, perfeitamente previsíveis e preveníeis”, conclui Janaína Passos de Paula.

 

Por Paula Gargiulo