A primeira quinta-feira de Outubro de 2017 foi um dia atípico.  Durante a manhã, o vigia de uma escola infantil do município de Janaúba entrou numa sala de aula e ateou fogo contra si e em diversos alunos. Até o momento, além do autor do crime, nove crianças e duas professoras faleceram e mais de 40 pessoas ficaram feridas.

Diante do acontecimento, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), com o apoio do Governador Fernando Pimentel, atuou em diversas frentes do Sistema Único de Saúde (SUS) para prestar a devida assistência às vítimas da tragédia. O atendimento inicial ocorreu nos dois hospitais do município: na Fundação de Assistência Social de Janaúba e Fundação Hospitalar de Janaúba.

Crédito: Manoel Marques/Imprensa MG.

Após a avaliação da equipe de saúde, os pacientes mais graves foram transferidos para o Hospital João XXIII, da Rede Fhemig e para a Santa Casa de Montes Claros.  “O primeiro atendimento às vítimas, realizado com extrema agilidade, foi primordial para que as pessoas tivessem a assistência adequada”, afirmou Homero Cláudio Rocha Souza Filho, Subsecretário de Políticas e Ações de Saúde da SES-MG.

A transferência das vítimas foi realizada pela equipe do SAMU Macro Norte e pelas aeronaves de Suporte Avançado de Vida (SAAV), ambas compostas com equipe médica e socorristas. Cerca de 24h após o ocorrido, todos os pacientes que necessitavam de atendimento mais complexo já haviam sido removidos para os hospitais de referência de Belo Horizonte e Montes Claros.

“Eventos como o de Janaúba nos mostram o quanto o SAMU é fundamental. Mobilizamos o transporte aéreo que possibilitou a remoção mais ágil possível a fim de encaminharmos todas as vítimas para o atendimento necessário. A rápida transferência confere uma diferença imensa no tratamento das pessoas envolvidas na tragédia”, avalia o Subsecretário.

Para realizar todos os atendimentos necessários, a SES-MG tomou uma série de medidas para disponibilizar leitos nos hospitais. Para tal, foram disponibilizados mais leitos no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, para receber as vítimas de queimadura e uma enfermaria para receber as crianças foi montada em poucas horas. Os pacientes infantis que já estavam internados no hospital – em situação estável e com condições de transferência, foram transferidos para outros hospitais para que o Centro recebesse exclusivamente as vítimas de Janaúba.

“Assim que o Hospital João XXIII foi avisado sobre o acontecido em Janaúba, foi montada uma enfermaria de queimados para receber os feridos com cerca de 15 leitos disponíveis. A Santa Casa de Montes Claros esvaziou todo seu pronto socorro e disponibilizou 10 leitos de UTI pediátrica e outros 10 leitos de UTI foram disponibilizados pelo Hospital Universitário de Montes Claros. Essas ações foram primordiais para que as vítimas não precisassem esperar por leitos qualificados. Todos foram prontamente direcionados pelos médicos do SAMU e encaminhados para o local adequado. A chance de cura passa ser muito maior se mobilizamos os recursos certos na hora certa”, afirma a Subsecretária de Regulação em Saúde da SES-MG, Wandha Karine dos Santos.

Após os atendimentos iniciais de urgência e emergência e de internação hospitalar, a SES-MG atuou frente ao atendimento ambulatorial das vítimas da tragédia em Janaúba. Para tanto, a Secretaria recebeu o apoio de uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, fisioterapeutas e enfermeiros, vinda de Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul. Essa equipe foi a responsável pelos atendimentos às vítimas de queimaduras e intoxicação por inalação de fumaça durante o incêndio da Boate Kiss, tragédia ocorrida em janeiro de 2013 em que cerca de 240 pessoas morreram e outras 680 ficaram feridas.

Crédito: Manoel Marques / Imprensa MG.

O apoio da equipe gaúcha foi primordial para o treinamento dos profissionais do Centro Estadual de Atenção Especializada (Ceae) e de toda a Atenção Primária do município de Janaúba. Os profissionais foram capacitados dentro das diretrizes da equipe que orienta sobre o tratamento adequado de vítimas de queimadura e de intoxicação por inalação de fumaça de incêndio.

“O apoio da equipe de Santa Maria foi essencial. Após o incêndio da Boate Kiss, eles se transformaram em referência nacional e internacional no tratamento desse tipo de evento, além de nos passarem toda a experiência em relação aos protocolos, atendimentos e capacitação de profissionais da atenção básica e da saúde mental tanto no município de Janaúba, quanto na Regional de Belo Horizonte”, afirmou o Subsecretário Homero Souza.

A tragédia ocorrida em Janaúba elucidou a importância do protagonismo do SUS em meio a situações emergenciais. “É importante destacar o SUS no atendimento à múltiplas vítimas em situações como ocorreu em Janaúba. Além de ser o maior sistema de saúde do mundo, detém a maior quantidade de recursos para atendimentos de casos mais graves do país. Em relação à ocorrências de queimaduras, o SUS possui praticamente todos os leitos disponíveis no Brasil. É importante frisar que o SUS é preparado para lidar e dar a melhor resposta em eventos como esse”, finalizou a Subsecretária Wandha Karine dos Santos.

Abaixo, confira os depoimentos em vídeo dos subsecretários Whanda e Homero sobre o trabalho da SES-MG para socorrer as vítimas da tragédia em Janaúba:

 

 

Por Paula Gargiulo