A Regional de Saúde de Montes Claros realizou, nesta quarta-feira (13/11), na Câmara Municipal de Montes Claros, encontro de capacitação de referências técnicas em imunização que atuam em vários municípios do Norte de Minas sobre o uso da vacina pneumocócica conjugada-13, que neste ano foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina é destinada a pacientes de risco menores de cinco anos; pessoas que vivem com HIV/Aids; pacientes oncológicos e transplantados de medula óssea e de órgãos sólidos (fígado, rim, pâncreas, pulmão e intestino).

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A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a vacina pneumocócica conjugada-13 deve ser prescrita por médicos a pacientes de risco e, por isso, cada caso será analisado pela SES-MG por meio dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). A vacinação dos grupos de risco visa prevenir contra as doenças causadas pelo pneumococo. A vacina atua estimulando o sistema imunológico a produzir resposta imune de longa duração, diminuindo o risco de pessoas vacinadas contraírem doenças causadas pela bactéria pneumocócica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano 1,6 milhão de pessoas morrem por causa das doenças pneumocócicas. Pneumonia, meningite e otite (inflamação aguda do ouvido) são exemplos de doenças que podem ser causadas pelo Streptococcus pneumoniae. Sinusite, septicemia (infecção do sangue), artrite infecciosa e osteomielite (infecção dos ossos) são outras doenças pneumocócicas causadas pela mesma bactéria. Se não forem diagnosticadas precocemente e tratadas corretamente, as doenças pneumocócicas podem levar à morte.

Informe técnico do Ministério da Saúde explica que “a doença pneumocócica constitui um problema de saúde pública mundial, agravado pelo aumento da resistência a antibióticos essenciais e pela facilidade com que os sorotipos resistentes se disseminaram progressivamente. Durante cinco décadas a penicilina foi efetiva contra o pneumococo, porém cepas resistentes se disseminaram progressivamente pelo mundo entre 1970 e 1990, aumentando a importância da prevenção, sobretudo em relação às cepas resistentes”.

Por isso, frisa o Ministério da Saúde, “até o momento a vacinação é a única ferramenta disponível na prevenção de doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, e entre todas as medidas de saúde pública é a que apresenta impacto significativo na diminuição da incidência das doenças pneumocócicas”.

Prevenção

A bactéria Streptococcus pneumoniae (também chamada de pneumococo) é transmitida de pessoa para pessoa. Muitos carregam essa bactéria nas mucosas da garganta e do nariz. Um espirro ou tosse com a boca descoberta pode ser o suficiente para infectar outra pessoa. As doenças se desenvolvem quando a bactéria se multiplica no corpo, por uma incapacidade do sistema imunológico de combater o invasor.

Qualquer pessoa pode ter a doença pneumocócica, mas algumas estão em maior risco do que outras, tais como: crianças com menos de dois anos de idade e adultos a partir de 65 anos; pessoas com doenças crônicas, como diabetes, câncer e insuficiência renal; pacientes com o sistema imunológico comprometido por outras doenças e fumantes.

Além da higiene é fundamental que as pessoas mantenham hábitos saudáveis, como boa alimentação e uma rotina de exercícios físicos, além de não descuidar de doenças existentes como cardiopatias, diabetes, hipertensão e qualquer enfermidade que afete o sistema imunológico. A vacina é também um meio de prevenção.

Diferentemente de algumas doenças que são contraídas na infância e o corpo cria resistência a elas (como o sarampo e a catapora), existe o risco de se contrair as doenças pneumocócicas mesmo depois do primeiro contágio.

A chance de contrair novamente uma dessas doenças aumenta bastante por uma série de fatores, e é possível que os sintomas venham ainda mais fortes. Existem dezenas de variações do pneumococo e cada uma exige que o sistema imunológico se adapte e desenvolva defesas. A vacinação, por exemplo, dá ao corpo as ferramentas para que defesas eficientes sejam produzidas naturalmente, evitando que a bactéria se espalhe e desenvolva alguma doença pneumocócica.

O exame clínico é muito importante para o diagnóstico. Exames de sangue complementares, exames do ouvido e do líquido da espinha podem ser necessários e devem ser pedidos a critério do médico, que fará sua avaliação.

Por Pedro Ricardo