A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, através da sua Unidade Descentralizada de Caratinga (UDC), coordenou entre os dias 12 a 16 de agosto ações de intervenção química para controle da Leishmaniose Visceral Humana na cidade de Ipaba-MG. O bloqueio foi realizado após a pesquisa entomológica e a confirmação de 01 caso humano de Leishmaniose Visceral no bairro Paraíso.

Segundo Manoel Carlos dos Santos, Referência Técnica em Zoonoses da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, na intervenção química foi usado inseticidas para controlar as diferentes fases do inseto, visando limitar ou eliminar o transmissor do patógeno causador da doença. O controle vetorial pode ser dividido principalmente em controle biológico, mecânico ou ambiental e químico.

“A Leishmaniose Visceral é uma doença causada por um protozoário da espécie Leishmania chagasi. O ciclo evolutivo apresenta duas formas: amastigota, que é obrigatoriamente parasita intracelular em mamíferos, e promastigota, presente no tubo digestivo do inseto transmissor. É uma zoonose de evolução crônica e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha”, explicou Manoel.

O Agente de Saúde da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), Felipe Ribeiro dos Santos, ressaltou que a ação buscou conter o aparecimento de novos casos, eliminando o vetor existente. “O bloqueio foi realizado em um raio de 300 metros do local onde houve caso humano confirmado e agora a próximo etapa será a realização do manejo ambiental, orientação e ações educativas em parceria com o município”, destacou Felipe.

A equipe de trabalho para apoio ao município de Ipaba foi composta por Agentes de Saúde da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA), lotados na Unidade Descentralizada de Caratinga (UDC): Felipe Ribeiro dos Santos e Wanderley Alexandre da Silva e pelos servidores da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Edvaldo Gomes e Manoel Carlos dos Santos.

Prevenção

De acordo com o Manoel Carlos dos Santos, Referência Técnica em Zoonoses da Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, o mosquito palha se reproduz em materiais em decomposição, como folhas de árvores, fezes de animais e restos de madeira, que são encontrados, em sua maioria e por descuido dos próprios moradores, nos quintais das residências.

“Ele pica nas primeiras horas do dia e ao entardecer. Por isso, a recomendação é que evite que animais domésticos, principalmente os cães, fiquem em locais abertos nesses horários, impedindo assim o contágio e proliferação da doença. Além dos cães, outros animais também podem ser infectados, como gambás, capivaras, gatos e macacos”, finalizou Manoel

As recomendações são usar repelente, evitar os horários e ambientes onde esses insetos possam frequentar, utilização de mosquiteiros de tela fina, colocação de telas de proteção nas janelas, não acumular lixo orgânico nos quintais, mantendo sempre limpas áreas próximas às residências e os abrigos dos animais domésticos.

Por Flávio A. R. Samuel