Atualizar e discutir os temas relevantes da área de hanseníase com foco nas estratégias de enfrentamento da doença, foram alguns dos temas abordados hoje (14/05) no Seminário Estadual de Hanseníase, realizado na faculdade de medicina da UFMG, em Belo Horizonte. O evento é promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Coordenação de Dermatologia Sanitária. Participaram da atividade, profissionais de Saúde que atuam no atendimento aos portadores de hanseníase, profissionais que atuam na gestão como referências técnicas de hanseníase, coordenadores da vigilância epidemiológica e atenção primária das unidades regionais e municipais de saúde, professores e alunos das faculdades de medicina, enfermagem, fisioterapia e terapia ocupacional.

Crédito:  Alessandra Maximiano

Abrindo as discussões, a Coordenadora de Hanseníase e Doenças em eliminação do Ministério da Saúde, Carmelita Ribeiro Filha, apresentou dados sobre a situação epidemiológica da hanseníase no mundo e no Brasil. De acordo com a coordenadora, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza como pilares o fortalecimento do controle, a coordenação e a parceria do governo para o combate à discriminação das pessoas portadoras da doença, além da promoção e a inclusão do paciente. “O Brasil é o segundo país em casos de hanseníase, sendo que o primeiro deles é a Índia. O Ministério da Saúde tem dado prioridade para o enfrentamento à hanseníase no país. Devido à magnitude e por ser uma doença de alto poder incapacitante, o diagnóstico precoce da doença deve ser perseguido. Um Brasil livre de hanseníase é o que queremos”, afirmou.

A médica dermatologista e ex-coordenadora da dermatologia sanitária da SES-MG, Maria Aparecida Grossi, apresentou a situação da hanseníase em Minas Gerais. De acordo com a médica, em 2018, foram registrados no estado 1035 casos da doença. “De acordo com o plano estadual de enfrentamento da hanseníase, alguns municípios são estratégicos para a implantação das ações e o controle da hanseníase não depende somente do Ministério da Saúde. Para atingir a meta, de não transmissão da hanseníase, o não aparecimento de casos de deformidade e a não discriminação dos pacientes não depende apenas de um órgão, mas de cada um de nós”, disse.

O presidente da Sociedade Brasileira de Hansenologia–SBH, Cláudio Guedes Salgado, destacou o papel da sociedade no controle da hanseníase. Também presente no evento, o Diretor Nacional do Movimento de Reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase (Morhan), Thiago Pereira da Silva Flores, também defendeu o combate ao estigma do preconceito. O movimento é formado por pacientes, ex-pacientes, filhos de pacientes, profissionais se saúde e simpatizantes que lutam para combater o preconceito aos portadores da doença.

A Coordenadora Estadual de Dermatologia Sanitária da SES-MG, Maria do Carmo Rodrigues de Miranda, apresentou o plano estadual de enfrentamento da hanseníase em Minas Gerais e destacou a importância do evento. “A atualização sobre as mudanças das diretrizes e a atualização dos profissionais é de extrema importância, pois assim eles estarão mais preparados para o controle da doença”, disse.

Participando do evento, a farmacêutica da Diretoria de medicamentos estratégicos da Superintendência de Assistência Farmacêutica da SES-MG, Gláucia Dias Gonçalves, destacou a importância que o seminário possui em seu trabalho. “Atuamos na distribuição de medicamentos de hanseníase e conhecer a realidade da doença mais de perto, com certeza ajuda na realização de um bom trabalho, principalmente no que diz respeito à logística de distribuição para o controle do agravo em relação aos serviços farmacêuticos”, disse.

Homenagem

Voluntária desde 1999 no ambulatório de hanseníase no Hospital das Clínicas da UFMG, a médica dermatologista, Ana Regina Coelho Andrade, foi homenageada e recebeu uma placa de agradecimento pelos serviços prestados. Já aposentada, mas trabalhando voluntariamente na área há 20 anos, todas as quartas-feiras ela esta presente no hospital atuando junto a equipe de serviços de referência em hanseníase.

A doença

A hanseníase tem cura. Ao identificar manchas dormentes, de cor esbranquiçada, avermelhada ou parda procure uma unidade de saúde. A doença afeta a pele e os nervos periféricos, em especial os dos olhos, braços, pernas, orelhas e nariz. Buscando o tratamento precoce e adequado às incapacidades e sequelas causadas pela doença podem ser evitadas. Para mais informações acesse: http://www.saude.mg.gov.br/hanseniase.
O evento continua amanhã, 15/05. Acesse aqui a programação.

Por Alessandra Maximiano