A Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Saúde do Trabalhador (NUVEAST), realizou nesta terça-feira, 12/02, no Auditório do Hospital Municipal Eliane Martins, em Ipatinga, capacitação sobre “Dengue na pediatria”. O público-alvo foram os médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e dos Hospitais dos 35 municípios que compõem a Regional de Saúde de Coronel Fabriciano.

A Referência Técnica em Arboviroses da regonal, Micheli Egydio, destacou que “o objetivo da capacitação foi a atualização do manejo clínico da Dengue em criança e adolescentes, discutindo também o vírus do sorotipo 2, tido como o mais agressivo da doença, seja no número de internações, complicações e óbitos”. Dados do Ministério da Saúde apontam que o sorotipo 2 está circulando com mais frequência no país e os dados até agora indicam que ele ultrapassou o sorotipo 1, que era mais comum e considerado menos agressivo.

Créditos: Flávio Samuel

A capacitação foi ministrada pela Médica Infectologista Mariana Vasconcelos Costa Araújo, do Hospital Márcio Cunha (HMC), que trouxe dados novos para os médicos presentes e apresentou as dificuldades pontuais no diagnóstico clínico da doença em crianças. “A dengue continua sendo um desafio diagnóstico, principalmente em crianças. Pelo fato de não termos ainda imunização eficaz e tratamento específico antiviral, seu combate limita-se ao controle do vetor e tratamento sintomático”, pontuou Mariana.

Durante capacitação, a Infectologista informou aos profissionais que a dengue na criança pode ser assintomática ou apenas uma síndrome febril, com sinais e sintomas inespecíficos: sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos e diarreia. Nos menores de dois anos de idade, especialmente em menores de seis meses, sintomas como dor de cabeça, dor retro-orbitária, mialgias e artralgias podem manifestar-se por choro persistente, e irritabilidade, geralmente com ausência de manifestações respiratórias, podendo-se confundir com outros quadros infecciosos febris, próprios dessa faixa etária.

“Na criança, o início da doença pode passar despercebido e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. O agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é gradual, em que os sinais de alarme de gravidade são mais facilmente detectados. O principal objetivo é que os profissionais médicos façam o manejo de forma correta para evitar óbitos”, destacou Mariana.

Os médicos participantes do evento atuarão como multiplicadores do conteúdo exposto na capacitação para os demais médicos de seus municípios.

Situação Epidemiológica

Em 2019, até o momento (dados atualizados em 11/02), Minas Gerais registrou 17.860 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue. Há também 04 (quatro) óbitos em investigação para dengue. Já nos 35 municípios pertencentes a Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, constam 142 casos prováveis de dengue.

A SES-MG esclarece que um registro maior de casos é esperado para este período (meses quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença. Dessa forma, o estado está em situação de alerta para esse aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes (dengue, chikungunya e zika).

Por Flávio Samuel