A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, em parceria com a Regional de Saúde de Pedra Azul, realizou nesta quarta-feira (23), em Pedra Azul, uma Reunião de Alinhamento das Políticas de Enfrentamento das Doenças Diarreicas Agudas (DDA). O evento contou com a participação de representantes de municípios que compõem as regiões de saúde de Almenara, Itaobim e Pedra Azul.

Crédito: Allan Campos

A referência técnica de doenças de transmissão hídrica e alimentar da SES, Michelle Costa, apresentou o cenário epidemiológico das DDA's na região, com 269 casos da doença já registrados no ano de 2019. “É importante destacar a relevância do monitoramento das doenças diarreicas agudas, principalmente, no cenário regional de Pedra Azul, onde a gente tem um período de escassez de água muito grande e uma situação socioeconômica mais prejudicada. Aqui temos uma ocorrência mais elevada das doenças diarreicas, o que traz maiores riscos de adoecimento, internações e óbitos. Então, nós viemos chamar a atenção sobre a importância desse monitoramento e da atuação dos municípios frente a uma situação de surto,” explicou.

Só na cidade de Almenara, 61 casos foram notificados esse ano. Para combater o avanço da doença no local, uma equipe da SES, composta pelas referências técnicas do Nível Central e dos Núcleos da Vigilância Epidemiológica e da Atenção Primária da Regional de Pedra Azul, reuniu-se com representantes da saúde municipal para coletar os dados para investigação do surto, buscando identificar a sua causa e elaborar um plano de ação visando dar uma resposta ao problema e organizar a assistência. Outra intervenção realizada foi no município de Pedra Azul, que notificou 43 casos da doença esse ano.

Segundo Michelle Costa, essas ações realizadas nesses dois municípios são essenciais para promover a mobilização das equipes municipais de saúde, dando o suporte necessário para que possam planejar, monitorar e executar ações efetivas de combate à doença. “Os municípios muitas vezes fazem o monitoramento, contudo, não da forma ideal e nem permanente. Temos um histórico de muitos municípios silenciosos, que notificam uma semana ‘sim’, e uma semana ‘não’; e, principalmente, com a chegada do verão, com o forte calor e quando temos um aumento dos casos de diarreia em decorrência de enchentes (que trazem prejuízos na qualidade da água) e das férias, que tem bastantes eventos onde podem ter diarreias causadas por transmissão alimentar. E é justamente nesse período onde os municípios menos notificam devido questões como equipes desfalcadas e serviços públicos que entram em recesso. Então, chamamos a atenção para que se mantenha o trabalho de monitoramento de forma eficaz, em 100% das unidades, principalmente nesse período onde temos um aumento do número de casos. Ações contínuas e eficazes permitem termos dados confiáveis para identificar o agente etiológico que vem causando diarreia na população; se é um agente bastante virulento que pode causar um adoecimento maior da população ou não; para que possamos intervir em uma situação de surto”, justificou.

Já a referência técnica da Coordenação de Fatores de Riscos Não Biológicos da SES, Joice Cunha, destacou o Programa Nacional de Qualidade da Água para Consumo Humano (VigiÁgua), que tem o objetivo de monitorar os fatores de risco que estão associados a contaminação da água para consumo humano. “Nossa proposta foi passar aos municípios uma ideia geral de como o programa funciona e qual é seu papel diante das situações de surtos. No caso da região nordeste, temos períodos de estiagem, o que afeta a qualidade da água. Por isso, a necessidade de avaliarmos a qualidade da água e monitorar a presença desses agentes etiológicos”, disse.

Outra ação realizada pela SES foi uma reunião técnica para elaborar o Plano Regional de Enfrentamento das DDA's. O evento contou com a participação das referências técnicas da Superintendência de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador e dos coordenadores e técnicos dos Núcleos da Vigilância Epidemiológica, Vigilância em Saúde e Atenção Primária da Regional de Pedra Azul. A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Regional de Pedra Azul, Evangélia Aguilar, reforçou que as ações desenvolvidas na região pela SES são essenciais para conter o avanço da doença. “As orientações repassadas aos municípios darão condições para que possam realizar ações preventivas, de controle, manejo e encaminhamento adequado dos pacientes com DDA, minimizando os riscos de desidratação e atuação em tempo oportuno”, concluiu.

Por Allan Campos