A Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária da Regional de Saúde de Uberlândia realizaram nesta terça-feira (25/04), a "Oficina Tuberculose na Administração Prisional". O objetivo do evento foi orientar quanto a identificação de sintomas de tuberculose em pessoas privadas de liberdade, a forma correta de coleta de material para exames e a importância do tratamento adequado. Participaram do evento as unidades penitenciárias, prisionais e socioeducativas e as secretarias de saúde dos sete municípios da Regional que possuem sede destas unidades. Clique aqui e confira outras fotos do evento. 

As dez instituições da região atendem 7.852 pessoas e contam com serviços de saúde estruturados, constituídos por equipes de atenção básica prisional. A população privada de liberdade representa aproximadamente 0,2% da população brasileira e contribui com 7,2% dos casos novos de tuberculose notificados no país. “Nesta população, a transmissão e o adoecimento é 29 vezes maior que a da população em geral”, explicou a Referência Técnica em Tuberculose da Regional de Saúde de Uberlândia, Waldênia Rodrigues Gomes. “A vulnerabilidade e as condições do encarceramento somadas às características individuais dos privados de liberdade favorecem a transmissão”, justificou a referência.

Um dos principais desafios em um presídio, segundo o diretor geral do presídio de Prata, Luciano de Souza Braga é realizar o isolamento quando o caso de tuberculose é diagnosticado, devido às medidas de segurança e a ausência de estrutura física adaptada. Em 126 pessoas encarceradas, conforme relato do diretor, há somente um caso e ele está em tratamento.

“Cumprimos todos os procedimentos necessários e realizamos uma varredura em toda a população interna e não foi encontrado mais ninguém com os sintomas. Os funcionários e os familiares dos encarcerados tinham muitas dúvidas, por isso levamos profissionais da área de saúde da Prefeitura para uma palestra interna para conscientizá-los. Foi um trabalho de muito esforço e integrado entre a área psicossocial, assistência, saúde e segurança”, afirmou Luciano de Souza Braga.

O mais importante para o diretor é trabalhar “com a prevenção em vez de remediação”. Quando a pessoa entra na instituição, é realizado um acompanhamento para imediatamente realizar os exames caso tenham os sintomas e evitar novos contágios, “acreditamos que será difícil haver um novo caso e se houver estamos preparados para lidar”, concluiu.

Os participantes da oficina produziram um cronograma de busca ativa nas unidades de segurança (presídios, penitenciárias e socioeducativas) por pessoas que tenham sintomas de tuberculose. A ação será realiza pelas equipes de atenção básica prisional em parceria com a vigilância epidemiológica e atenção primária das secretarias municipais de saúde.

» Saiba mais sobre os sintomas, formas de contágio e o tratamento para Tuberculose em: www.saude.mg.gov.br/tuberculose

» Baixe aqui a Nota Informativa conjunta da SES-MG e SEAP-MG.

 

Por Priscilla Fujiwara