Vasos e pratos de plantas, frascos com água e garrafas retornáveis continuam sendo os principais locais de focos do Aedes aegypti na região central do Estado. Em 2019, até o momento, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais registrou 17.860 casos prováveis de dengue e quatro óbitos em investigação. Como o Aedes é o mosquito transmissor de doenças como dengue, zika e febre chikungunya, a Regional de Saúde de Belo Horizonte (Belo Horizonte) têm reforçado as ações de vigilância epidemiológica para o controle do mosquito.

Crédito: Priscilla Fujwara

Os principais focos de Aedes estão dentro das residências. Segundo a referência técnica do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Saúde de Belo Horizonte, Talita Leal Chamone, o ideal é que a população fique atenta, faça uma ação rotineira dentro do seu próprio domicílio em busca de depósitos e mantenha a vigilância de seu imóvel para evitar a multiplicação e reprodução do mosquito da dengue. “Oitenta por cento dos focos então dentro dos imóveis. Todos os locais onde acumulam água são potenciais locais para o desenvolvimento do Aedes. É importante verificar se as calhas estão desentupidas, se não tem pratinho de plantas nos vasos, se o bebedouro do animal está bem lavado e escovado para evitar a proliferação do mosquito. É preciso checar também se não tem entulho no quintal que possa acumular água, como garrafas plásticas, de vidro, latas e pneus”, explica Talita.

A melhor forma ainda de combate ao Aedes é eliminar os locais que acumulem água. “Cada fêmea bota mais de 300 ovos”, alertou a referência da Regional de Saúde. “Eles ficam ali ressecados na parede do recipiente e podem sobreviver por até um ano e meio. No primeiro contato com a água de chuva ou do reservatório, estes ovos irão eclodir e viram uma larva. E se neste momento não for eliminado dará origem ao mosquito transmissor da doença”, explicou. No verão, doze dias são suficientes para que se reproduzam. No inverno, eles continuam se reproduzindo, porém este tempo aumenta para até 35 dias.

Ações de Vigilância Epidemiológica

As ações da Regional de Saúde de Belo Horizonte são contínuas durante todo o ano, porém são intensificadas a partir de agosto. No segundo semestre de 2018, pelo menos 105 supervisores de campo de 38 cidades participaram das capacitações. O objetivo do treinamento foi padronizar as atividades de prevenção e melhorar a qualidade da supervisão dos agentes de controle de endemias que realizam as visitas nos domicílios.

Entre os dias 13 e 15/02, a regional realizou reuniões em que discutiram com o corpo técnico municipal os resultados do LIRAa, avaliaram as ações implementadas diante dos resultados e principais criadouros e alinhar as estratégias em áreas limítrofes em municípios conurbados.

Segundo a referência do núcleo de vigilância epidemiológica, o LIRAa gera uma série de informações muito valiosas, como o índice de focos de Aedes por região e quais são os principais depósitos predominantes. As estratégias de vigilância epidemiológica devem considerar essas informações para reduzir a infestação, e adotar ações diferenciadas de acordo com os criadouros predominantes por estrato. “Reduzindo a infestação você reduz o número de casos e a transmissão”, reforçou a referência.

Em Belo Horizonte, o LIRAa apontou que os principais focos estão em materiais em desuso, descartáveis e pratos de plantas, afirmou Ana Carolina Lemos Rabelo,  bióloga da diretoria de zoonoses da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte.

A Secretaria de Saúde já está direcionando as ações de acordo com os resultados do levantamento. “Realizamos mutirões de limpeza para recolher os materiais, promovemos abordagem de ações educativas dos agentes de endemias, além de agendamento noturno junto a Defesa Civil do município para reduzir o índice de pendências diante da recusa”.

Pedro Leopoldo realiza ações de mobilização contra focos de dengue

Semanalmente, são monitoradas as incidências de casos de dengue, zika e febre chikungunya e, de acordo com as quatro fases do Plano de Contingência, as cidades com uma incidência maior de casos de dengue tem reforço de ações do Estado, como operação de UBV.

LIRAa

O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) são métodos de amostragem e mapeamento dos índices de infestação por Aedes aegypti e Aedes albopictus. Esses levantamentos permitem a identificação dos criadouros predominantes e a situação de infestação dos municípios que o realizaram. Os índices até 0,9% indicam condições satisfatórias; entre 1% e 3,9%, situação de alerta, e índices superiores a 4%, risco de surto.

Saiba mais sobre as doenças que o mosquito Aedes transmite e como eliminar os focos em sua casa em http://www.saude.mg.gov.br/aedes

Por Priscilla Fujiwara

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