Com a adesão de 88 municípios mineiros, beneficiando 28.871 crianças com idade entre seis meses a três anos e onze meses, matriculadas em 411 creches, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizaram nesta quinta-feira, 21, em Montes Claros, reunião técnica de avaliação do ciclo do primeiro semestre de 2017 da Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes (vitaminas e minerais) em pó - NutriSUS. O encontro, realizado na Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros, contou com a participação de representantes de secretarias de saúde e educação de 31 municípios que, em 2017, aderiram ao Programa. Os municípios integram as áreas de atuação das Regionais de Saúde de Montes Claros, Januária e Pirapora.

FOTO 1

O NutriSUS se constitui numa estratégia lançada em 2015 pelo Ministério da Saúde visando a fortificação da alimentação infantil com 15 micronutrientes em pó, adicionados à alimentação das crianças matriculadas em creches. Em 2017, 1.045 municípios aderiram ao Programa, totalizando 6.340 creches e 304.719 crianças.

A referência técnica da SES-MG, Joseane de Carvalho, ressaltou a importância do NutriSUS nas ações de promoção da saúde e da qualidade de vida, por meio de ações parcerias envolvendo os governos federal, estadual e municípios. “Trata-se de uma estratégia de ação que exige forte articulação intersetorial, levando-se em conta que o Programa precisa contar com o envolvimento não só dos serviços de saúde dos municípios, mas também, da educação, entre outros segmentos”, observou Joseane de Carvalho.

A referência técnica da SES-MG observou ainda que as ações de promoção da saúde exigem a capacitação das comunidades no sentido de atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle das ações. “As pessoas devem ser conscientizadas que elas são responsáveis pela realidade nas quais estão inseridas, envolvendo as condicionantes e determinantes sociais da saúde”, lembrou Joseane.

Por sua vez, a referência técnica da Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Kátia Godoy, explicou que o investimento na promoção da saúde se constitui fator determinante para reverter situações de adoecimento da população, sobretudo nas comunidades que se encontram em situação mais vulnerável nos aspectos sociais e econômicos.

Nesse contexto, salientou Kátia Godoy, “o NutriSUS que já é adotado em 40 países por recomendação da Organização Mundial de Saúde – (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância – (Unicef), apresenta estudos indicando que entre as crianças contempladas pelo Programa houve redução de 38% da anemia; queda de 55% da deficiência de Vitamina A e de 20% na deficiência de ferro”.

Reforçando a importância da articulação intersetorial nos municípios e as ações conjuntas implementadas com os governos Federal e estadual, a referência técnica do Núcleo de Atenção Primária à Saúde da Regional de Saúde de Montes Claros, Graciele Helena Fernandes Silva, salientou que “o NutriSUS se constitui num importante aliado dos municípios norte-mineiros no que se refere à melhoria da qualidade de vida e da saúde das crianças. Por esse motivo, a articulação intersetorial dos municípios é de fundamental importância para que os objetivos do Programa sejam alcançados e haja real melhoria das condições de saúde e de vida das populações mais vulneráveis”, concluiu a referência técnica.

O programa

A estratégia de fortificação da alimentação infantil com micronutrientes está inserida no componente – Promoção da Saúde e Prevenção de Agravos e Doenças do Programa Saúde na Escola – (PSE) e se enquadra como optativa, ou seja, será complementar às ações essenciais pactuadas pelo gestor municipal. A adesão dos municípios ao NutriSUS é realizada junto a adesão anual do Programa Saúde na Escola.

A estratégia visa potencializar o pleno desenvolvimento infantil, a prevenção e o controle das deficiências de vitaminas e minerais na infância, especialmente a anemia e a deficiência de ferro. Por isso, a ação deve respeitar a quantidade a ser administrada e a pausa entre os ciclos.

A intervenção consiste em duas etapas durante o ano letivo: administração de um sachê/dia (até completar 60 sachês) e pausa entre três e quatro meses. O sachê deverá ser adicionado na alimentação pronta servida à criança, podendo ser no arroz e feijão, papas/purês e vitamina de frutas.

Após adicionar o sachê ao alimento é importante não aquecê-lo, pois alguns dos componentes (vitaminas e minerais) são sensíveis a temperaturas muito altas e, em caso de aquecimento, podem perder as propriedades.

O conteúdo do sachê deve ser adicionado em uma pequena quantidade da comida e esta parte deverá ser oferecida primeiro à criança, a fim de garantir que todo o conteúdo do sachê será consumido.

É imprescindível que a intervenção seja adaptada ao calendário escolar da creche para que não haja interrupção do ciclo. Desta forma, o Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal - (GTI-M) deve estabelecer em cada semestre letivo o período a se realizar a intervenção nas creches. Serão contabilizadas como ciclo concluído aquelas crianças que receberem, no mínimo, 36 sachês durante o período de intervenção de cada um dos ciclos.

Norte de Minas

Em Minas Gerais, entre os 87 municípios que aderiram ao NutriSUS no ano passado, 31 são do Norte de Minas: Água Boa, Berizal, Bocaiúva, Brasília de Minas, Buritizeiro, Chapada do Norte, Chapada Gaúcha, Coração de Jesus, Espinosa, Fruta de Leite, Gameleiras, Icaraí de Minas, Itacambira, Itacarambi, Januária, Josenópolis, Mato Verde, Montalvânia, Monte Azul, Montes Claros, Ninheira, Pai Pedro, Pedras de Maria da Cruz, Pirapora, Ponto Chique, Rubelita, Salinas, São João das Missões, São João do Pacuí, São João do Paraíso e Taiobeiras.

Por Pedro Ricardo